A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito sobre a morte de um instrutor de autoescola, ocorrida em decorrência de uma briga de trânsito em Belo Horizonte, em abril de 2023. O suspeito, de 47 anos, foi indiciado por homicídio doloso, qualificado por motivo fútil.
De acordo com o delegado Rodrigo Fagundes, da Divisão Especializada em Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito (Deictran), o motorista viu o instrutor se segurando à estrutura do veículo e continuou acelerando, assumindo assim o risco de matá-lo. “Por isso, ele foi indiciado por dolo eventual qualificado”, explicou.
Fagundes observou ainda que a violência no trânsito está ocorrendo com certa frequência, e alertou que discussões banais podem acarretar a perda de uma vida. “Essa morte era completamente evitável”, acrescentou.
Polícia divulga novas imagens de instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho sendo arrastado por carro no bairro Floramar, na Região Norte de Belo Horizonte. pic.twitter.com/i6LQU3CIY9
— Por Dentro de Minas (@pordentrodemg) April 24, 2023
O crime
Segundo levantamentos, o suspeito transitava pelo bairro Floramar, quando colidiu com a traseira do veículo da vítima, que no momento do acidente, era conduzido por um aluno da autoescola. A colisão foi leve, e o investigado e o instrutor saíram de seus respectivos veículos para conversar sobre o ocorrido.
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A vítima informou que chamaria a polícia, mas o investigado decidiu deixar o local do acidente. Na tentativa de impedir a fuga do suspeito, o instrutor se posicionou a frente do veículo, que não parou. A vítima, então, foi arrastada, de pé, diante do capô. Assim que o investigado aumentou a velocidade, o instrutor tombou para a lateral direita, mas manteve-se segurando na estrutura do veículo. Mais adiante, o suspeito colidiu com outro veículo que transitava no local, causando a queda da vítima, ocasião em que o homem fugiu do local.
O instrutor foi socorrido, mas morreu no hospital em decorrência dos ferimentos.
Investigação
Durante as apurações, policiais civis compareceram à residência do proprietário do veículo envolvido no crime, que afirmou desconhecer o ocorrido e mostrou um contrato de aluguel do automóvel. Assim, a equipe da Deictran foi até a casa do locatário do carro, que não estava no local. Na garagem, os policiais encontraram o veículo, que foi entregue à polícia pela família do suspeito.
O carro foi encaminhado para a perícia, e o condutor, posteriormente, compareceu à delegacia e confirmou sua participação no acidente, alegando, inclusive, que a vítima estaria agressiva e teria desferido golpes contra o veículo durante o percurso.
Após analisar o laudo da perícia realizada no automóvel, os vídeos dos locais do fato e demais elementos coletados durante a investigação, a Polícia Civil concluiu que a versão do condutor não conferia com a realidade.
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