Há muito tempo amei pela primeira vez. Jurava que seria a única. Mal sabia que era a primeira. Era tão forte que incomodava. O coração doía. Ardia como em doença. Era bom, mas ruim. O desejo era intenso e o sentimento poderoso.
Depois daquela veio outra. Parecia que seria a última. Ria-me do sentimento anterior. Era pequeno e sem importância. Agora tinha certeza. O que sentia era realmente amor. Definitivamente amava pela primeira vez. Apesar de acreditar que seria eterno, assim como o primeiro, acabou.
Amei de novo e agora estava certo. Jamais sentira algo igual. Era sem dúvida o sentimento mais importante, mas a pessoa amada se foi. Jurei que jamais me apaixonaria novamente, mas passado algum tempo estava curado. Sobrevivi à perda do amor e veio a certeza de que certamente amaria de novo.
Intuí que tudo isso acontecia porque o último amor é sempre o mais forte. Ele derruba os demais. Os amores foram se sucedendo, mas agora tinha uma certeza. Existiam vários amores. Havia diferentes pessoas que poderiam invocar sentimentos fortes em cada um de nós. Cada ser tinha a capacidade de amar várias vezes, e o amor sempre ressurgiria no momento em que o coração estivesse pronto.
A cada amor que findava, consolava-me a convicção de que certamente outro surgiria. Talvez não fosse imediatamente, mas no tempo oportuno. Tempo do coração. A certeza acabou com a angústia. Deixei de me preocupar. Fui amando e me desapontando até deixar de crer no amor. Dava muito trabalho e causava sofrimento.
Foi então que a conheci. Não foi nada explosivo. Havia apenas simpatia. O sentimento cresceu de mansinho. Devagarzinho tomou conta da minha vida. Não existia urgência, mas um simples querer bem. Ele cresceu e transformou-se em paixão.
Atualmente, existe o amor, mas ele não corrói. Impulsiona e leva a frente. Extrai de mim o que tenho de melhor.
Tenho um desejo profundo de não largá-la nunca mais, e a segurança de querer partilhar uma vida. Descobri a “sorte de um amor tranqüilo” e ele tem um sabor muito melhor do que o de “fruta mordida”.
Agora sim, tenho certeza. Ela surge vinte e cinco anos depois do meu primeiro amor. Agora sinto na alma: “amo pela primeira vez pela última vez”.
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