Um ato de vingança em uma disputa política é apontado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) como a motivação para a tentativa de assassinato do prefeito de Campo Florido, Renato Soares de Freitas, 42 anos. No dia 30 de junho do ano passado, a vítima foi alvejada por quatro disparos de arma de fogo nas regiões do peito, pescoço, clavícula e braço, mas sobreviveu aos ferimentos. O crime ocorreu um dia antes do pleito eleitoral.
Concluídas as investigações, a PCMG conseguiu a prisão de José Brito de Alencar; Ronaldo Castro Bernardes, ex-prefeito do município cassado pela Justiça Eleitoral; Otaliba Signato de Melo Neto (o “Neto”), ex-vice prefeito também cassado pela Justiça; Maikon Diego Martins Nascimento, marido da vereadora e candidata à prefeita à época Vanessa Zago Melo; Amarildo Antonio Zacarias, sargento reformado, e Lucas Henrique Menoes. Todos foram detidos entre os dias 10 e 18 de abril.
Segundo as apurações, José Brito teria sido o executor dos disparos, contando com o auxílio de Lucas Henrique e Matheus Trindade Aparecido (conhecido como “Macaco Louco”) – que está foragido –, para lhe dar fuga em um veículo que estava estacionado próximo ao local do crime, no bairro Vila Junqueira. Em um segundo ponto, Antônio Jean de Alencar auxiliou José Brito em uma moto para continuar a fuga. No dia 13 de abril deste ano, Antônio Jean foi encontrado morto, amarrado e com sinais de tortura. A Polícia já colheu indícios de que o assassinato seria uma “queima de arquivo” por parte do grupo criminoso.
As investigações indicam que os executores foram contratados por Ronaldo Castro Bernardes, ex-prefeito cassado pela Justiça, por meio de processo promovido por Renato, bem como por Otaliba Signato de Meto, braço direito de Ronaldo, além de Maikon Diego, marido da vereadora e candidata à prefeita Vanessa Zago Melo, a qual concorreu ao pleito com a vítima. Além de ter requerido o processo de cassação dos mandatos de Ronaldo e Otaliba, Renato também era apontado como à frente de Vanessa nas pesquisas eleitorais.
Ronaldo foi o financiador do crime, contando com a intermediação do sargento reformado Amarildo Antônio Zacarias e Valter Eustáquio da Silva, primo de Amarildo, para contratar os executores. Inicialmente, o valor a ser pago pelos mandantes a José Brito seria de R$ 150 mil, contudo, como o homicídio não foi consumado, o executor recebeu apenas R$ 50 mil. Ronaldo ainda teria ordenado o homicídio de dois fazendeiros do município que teriam financiado a campanha de Renato, por outro valor.
No dia do crime, Renato realizava campanha e comício no bairro Vila Junqueira, território considerado de eleitores de seus opositores. Durante sua campanha, a vítima teve inclusive o carro incendiado naquela localidade, que teria sido promovido por Amarildo, conforme apurado.
A PCMG concluiu o inquérito e está à procura dos foragidos Valter Eustáquio da Silva (conhecido como “Valtim”) e Matheus Trindade Patrocínio (o “Macaco Louco”), que estão com mandado de prisão preventiva em aberto. Qualquer informação sobre o paradeiro deles pode ser informado por meio do Disque-Denúncia 181, o sigilo é garantido.
O Chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Delegado-Geral Rogério de Melo Franco Assis Araújo, destacou o papel da PCMG na atuação contra crimes dessa natureza. “Esse tipo de crime é um atentado contra a democracia e o Estado Democrático de Direito, e jamais irá prosperar em Minas Gerais. Eleição se ganha no voto, não na bala”, disse.
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