Foi um jogo de tirar fôlego. Cheio de emoções, reclamações com a arbitragem, sustos, discussões e, no fim, o grito da torcida minastenista abalou as estruturas da Arena Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte (MG). O embate diante do fortíssimo Sesc-RJ só terminou no tie-break, com vantagem de 3 sets a 2 para a equipe mineira, que conquistou, pela terceira vez, o título do Campeonato Sul-Americano Feminino de Clubes (1999/2000 e 2018). As parciais do jogo foram: 25/23, 22/25, 25/23, 15/25 e 15/9. O público na Arena MTC foi de 2.575 torcedores.
A seleção do campeonato foi dominada pelas jogadoras da Camponesa/Minas. As melhores ponteiras foram a minastenista Pri Daroir e Drussyla, do Sesc-RJ. Juciely e Mayhara, também da equipe carioca, levaram o prêmio de melhores centrais. Macris foi a melhor levantadora, enquanto Léia, a melhor líbero. A oposta do campeonato foi Holly, do Regatas Lima, do Peru. A melhor jogadora do campeonato (MVP) foi a capitã Carol Gattaz. Na final, ela foi o nome da partida e uma das responsáveis pelo título.
A capitã minastenista disse que não conseguiu dormir e destacou que pensou no jogo a noite toda. “Não consegui dormir de ansiedade. Pensei no jogo a noite toda e no que a gente precisava fazer para vencer o Rio, que destaco sempre: é um time a ser batido! Hoje, felizmente, conseguimos fazer tudo certo e garantimos o título. Comentemos alguns errinhos, que são normais durante os jogos, mas, a união da nossa equipe, fez a diferença. Tivemos a baixa da Hooker e Mayany, nesta semana, mas conseguimos preencher as posições delas. Digo e repito: a união do nosso time, ganhou o campeonato”, comemorou a melhor jogadora do Sul-Americano Feminino de Clubes 2018.
O técnico Stefano Lavarini comemorou a vitória e também destacou a união da equipe. “O nosso time está muito unido. Se uma jogadora erra, a outra ajuda a corrigir e, assim, ganhamos o título. Estou muito feliz por ver que o time está fazendo o que a gente treina. Trabalhamos muito forte e estamos colhendo os frutos. E não acabou. Vamos voltar aos trabalhos que a Superliga continua”, destacou Lavarini.
A decisão
O jogo começou com o Sesc-RJ melhor. A equipe carioca abriu vantagem e permaneceu à frente até o 16º ponto. A partir daí, o jogo se equilibrou. O time minastenista empatou nos 21, quando o técnico carioca pediu tempo. Depois, o Sesc-RJ conseguiu mais dois pontos (21/23). Em um erro carioca, Stefano Lavarini colocou Karol Tormena para sacar. A jovem ponteira emplacou uma sequência de saques, e a Camponesa/Minas abriu o marcador, de virada: 25/23.
No segundo set, a equipe minastenista abriu vantagem no início (5/1). Carol Gattaz e Mara formaram um verdadeiro paredão e seguraram o ataque carioca. O Sesc-RJ conseguiu equilibrar e empatou o set (14/14). Os dois times se revezaram na liderança do placar, mas, no fim, após algumas falhas na recepção, a equipe carioca empatou o jogo em 1 a 1: 25/22.
No terceiro set, mais equilíbrio. O ataque minastenista foi muito eficiente e deu trabalho à defesa adversário. O bloqueio também funcionou bem. No embalo da torcida minastenista, que coloriu as arquibancadas com as camisas laranja, cores da Camponesa, o time respondeu em quadra e conseguiu desempatar o set: 25/23.
No quarto set, o Sesc-RJ foi melhor e contou com algumas falhas de recepção da equipe minastenista. Mesmo assim, as minastenistas deram raça em quadra, mas não conseguiram evitar a derrota: 25/15. Jogo empatado, 2 sets para cada lado.
No tie-break, haja coração. A Camponesa/Minas dominou o Rio de Janeiro desde o início. A torcida minastenista foi a força extra que o time precisava. Em quadra, um show no ataque e na defesa e, no fim, o grito de campeão soou alto. Camponesa/Minas 15 a 9 na equipe do técnico Bernardinho.
Histórico
O Minas disputou o primeiro Campeonato Sul-Americano Feminino de Clubes, em 1976, quando foi vice-campeão. Naquela decisão, o time minastenista foi derrotado pelas argentinas do Gimnásia Y Esgrima, derrotadas pela equipe mineira nessa sexta-feira, na semifinal.
Na temporada 1992/93, a equipe minastenista, denominada L’acqua di Fiori/Minas, venceu a Liga Nacional de Vôlei, foi vice-campeã sul-americana e, ainda, vice-campeã mundial, na Itália, ao ser superada, na final, pelo forte Teodora Messagero Ravenna, por 3 sets a 0 (16/14, 15/13 e 16/14).
O bicampeonato
Já denominada MRV/Minas, o time mineiro entrou de vez para a história em nosso continente. Nos anos de 1999 e 2000, a equipe minastenista subiu ao alto do pódio. O primeiro título veio para Belo Horizonte após vitória azul e branca diante do Deportivo Sipesa, na final disputada na cidade de Cochabamba, na Bolívia. Já o bicampeonato foi conquistado sobre o BCN/Osasco, hoje, chamado de Vôlei Nestlé. A final foi disputada em Joinville (SC).
Classificação geral
1º lugar – Camponesa/Minas
2º lugar – Sesc-RJ
3 º lugar – Club Regatas Lima (PER)
4º lugar – Gimnásia y Esgrima de La Plata (ARG)
5º lugar – Club Atlético Boca Juniors (ARG)
6º lugar – Universitario San Simón (BOL)
Ficha técnica
Camponesa/Minas: Macrís, Rosamaria, Carol Gattaz, Mara, Newcombe, Pri Daroit e a Léia (líbero). Entraram: Karol Tormena, Hooker, Karine e Natália. Técnico: Stefano Lavarini.
Sesc-RJ: Roberta, Monique, Drussyla, Gabi, Mayhara, Jucyele e Fabi. (líbero). Entrou: Peña, Carol Leite, Kasiely. Técnico: Bernardo Rezende .
Árbitros: Jaimes Castillo, do Peru, e Mauricio Lueges, da Argentina.
Público: 2.575 torcedores
Tabela completa
20/2 (terça-feira)
Camponesa/Minas (3 x 0) Regatas Lima (PER) – (25/22, 25/13 e 25/14)
Gimnasia Y Esgrima (ARG) (3 x 0) San Simón (BOL) – (25/11, 25/12 e 25/16)
21/2 (quarta-feira)
Sesc-RJ (BRA) x Gimnasia Y Esgrima (ARG) – (25/13, 25/15 e 25/17)
Camponesa/Minas x Boca Juniors (ARG) – (25/7, 25/16 e 25/12)
22/2 (Quinta-feira)
Sesc-RJ (BRA) (3 x 0) San Simón (BOL) – (25/6, 25/14 e 25/13)
Regatas Lima (PER) (3 x 1) Boca Juniors (ARG) – (25/23, 25/18, 19/25 e 25/21)
23/2 (Sexta-feira)
Boca Juniors (ARG) (3 x 0) San Simón (BOL) – (25/10, 25/11 e 25/17)
Semifinal 1 – Camponesa/Minas (3 x 0) Gimnásia Y Esgrima (ARG) – (25/14, 25/13 e 25/11)
Semifinal 2 – Sesc-RJ (BRA) (3 x 0) Regatas Lima (PER) – (25/13, 25/8 e 25/9)
24/2 (Sábado)
Disputa de 3º lugar – Gimnásia Y Esgrima (ARG) (0 x 3) Regatas Lima (PER)
Final – Camponesa/Minas (3 x 2) Sesc-RJ (25/23, 22/25, 25/23, 15/25 e 15/9)
O Campeonato Sul-Americano Feminino de Clubes possui incentivo do Minas Esportiva Incentivo ao Esporte através do Decreto 46.308/2013 – projeto número 2017.01.0276. http://incentivo.esportes.mg.gov.br/
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