Cerca de um ano após complexo trabalho de investigação, a Polícia Civil desvendou a trama envolvendo o assassinato de Anderson Rodrigues de Lima (o “Nem”), de 43 anos. Em razão desse crime, foram cumpridos mandados de prisão contra a ex- mulher da vítima, Débora Gonçalves dos Santos, de 29 anos; e de dois rivais, sendo eles Kélcio Mateus dos Santos Pires (conhecido como “Dentão”), de 22; e Matheus Henrique Aquiles Estanislau (o “Feijoada”), de 23. Os suspeitos são apontados como responsáveis por planejar e executar Anderson, fato ocorrido no dia 23 de abril do ano passado, no bairro Santa Cruz, região Leste da capital.
Conforme destacou a delegada que coordenou o inquérito policial, Alice Batello, o crime teria sido motivado por ameaças, brigas e, sobretudo, pela disputas por bens materiais do casal. Os dois tinham três filhos juntos e estavam separado há pouco tempo. Para a execução do crime, a suspeita contou com a ajuda de rivais da vítima, visto que o ex-marido chefiava uma gangue envolvida com o tráfico de drogas na cidade.
O homicídio contou ainda com a participação de um adolescente, de 17 anos à época dos fatos, e de Adalto Junio Moreira de Jesus, de 21, namorado de Débora. Qualquer informação sobre o paradeiro de Adalto, que está foragido, deve ser comunicada à Polícia pelo telefone 197 ou pelo Disque-Denúncia 181, de forma anônima.
Todos os envolvidos, incluindo a vítima, tinham antecedentes criminais, sendo que Débora e Anderson já possuíam um registro em comum por estupro de vulnerável e corrupção de menor.
Relacionamento conturbado
Antes de iniciar o relacionamento com a vítima, Débora era usuária de drogas. Nessa época, ela adquiria os entorpecentes com Kélcio, integrante da gangue rival a de Anderson. Após anos de um relacionamento marcado por brigas e traição, os dois decidiram se separar.
Na divisão dos bens, Débora ficou com um apartamento, mas ainda assim lutava pela posse do carro que o casal possuía. Em determinada ocasião, a suspeita chegou a ver a namorada de Anderson no veículo, o que não a agradou. Débora passou a enviar mensagens agressivas para a mulher ordenando que não mais utilizasse o veículo, que alegava ser de sua propriedade.
O conflito entre o casal acabou se agravando, sendo que umas das brigas terminou em agressão física. Débora teria então mostrado para Adalto os hematomas resultantes da desavença, revoltando o parceiro. A partir de então, os dois passaram a planejar a morte de Anderson.
Débora e Adalto foram ao encontro da gangue rival à de Anderson convencendo-os de que ele planejava tomar o ponto de venda de drogas controlado por eles. Segundo Batello, a intenção era provocar, propositalmente, o acirramento dos ânimos entre os rivais, fazendo parecer com que o homicídio de Anderson se deu em virtude da guerra pela hegemonia do tráfico de drogas na região.
Dinâmica dos fatos
No dia do crime, por volta de meio dia, Anderson foi seguido de sua casa, no Aglomerado Pedreira Prado Lopes, até uma oficina mecânica. Quando a vítima atravessava a rua, foi interceptada pelo veículo em que estavam Kélcio (que conduzia o carro), Matheus e o adolescente. Anderson foi atingido por oito disparos de arma de fogo, efetuado por Matheus.
Testemunhas relatam que, após o crime, o adolescente postou mensagem em uma rede social confessando a participação no homicídio. A postagem foi deletada dias depois, a fim de não deixar vestígios que pudesse incriminá-lo. Ainda segundo levantamentos, a gangue chefiada por Anderson está, atualmente, sob a liderança de dois filhos da vítima, que já prometeram vingar a morte do pai.
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