De Léo Rodrigues
Edição: Luana Lourenço
Belo Horizonte registrou a primeira morte por febre amarela no atual surto da doença. A vítima é um homem de 79 anos, que morreu na semana passada. A informação foi divulgada hoje (23) pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). De acordo com o órgão, o idoso foi infectado durante uma viagem a Mato Grosso.
A primeira morte por febre amarela na capital mineira ocorre em um momento em que o ritmo de transmissão da doença vem diminuindo no estado. De acordo com o último boletim da SES-MG, divulgado no dia 26 de abril, foram confirmadas 151 mortes em Minas e 24 estão em investigação. Ao todo, os municípios mineiros contabilizam 1.139 notificações para a doença, sendo que 427 casos foram confirmados, 554 descartados e os 158 restantes ainda estão em análise.
O boletim do dia 26 de abril trouxe apenas nove notificações a mais do que o registrado nas duas semanas anteriores. Entre os levantamentos dos dias 19 e 12 de abril, a transmissão da febre amarela em Minas Gerais se mostrou estável. Em ambas as datas, o número de notificações se manteve em 1.130.
O caso do idoso de 79 anos não será contabilizado nos próximos boletins da secretaria estadual porque a infecção não ocorreu em território mineiro. Segundo o órgão, Belo Horizonte segue sem nenhum registro de febre amarela de transmissão autóctone (dentro do município).
SAIBA MAIS
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De acordo com dados da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, outro morador da cidade também contraiu a doença em viagem. No entanto, o paciente já recebeu alta.
Diante da avaliação de que a situação da febre amarela está sob controle, a secretaria municipal de Saúde decidiu na semana passada autorizar o acesso do público aos parques que estavam interditados. A proibição de visitas nesses espaços ocorreu porque foram confirmadas mortes de macacos em decorrência da febre amarela.
O Parque Jacques Cousteau já foi reaberto e o Parque das Mangabeiras está recebendo de forma preliminar apenas visitas educativas organizadas por escolas. Já o Parque da Serra do Cipó passa por intervenções e ainda não tem data definida para ser reaberto.
Surto
O surto de febre amarela que ocorre desde o início deste ano é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. De acordo com levantamento da pasta divulgado no dia 12 de maio, a doença já levou à morte este ano 259 pessoas em todo o país. Até então, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas.
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. A vacina é a principal medida de combate à doença. De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942.
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