Minas Gerais contabiliza 1.094 notificações de febre amarela no estado. Destas, 118 foram descartadas e 339 são casos confirmados. É o que diz o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgado hoje (7). Segundo o levantamento, entre as vítimas cujo exame deu positivo para a doença, 84% são do sexo masculino.
Os casos confirmados são aqueles em que o paciente apresenta exame positivo para febre amarela, exame negativo para dengue, falta ou desconhecimento sobre vacinação e sintomas compatíveis com a doença. O boletim da SES-MG mostra também que a febre amarela provocou a morte de 117 pessoas em Minas Gerais. Mais 75 óbitos ainda estão sendo analisados.
O atual surto é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. A situação mais grave até então havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas.
Até o momento, 53 cidades mineiras tiveram ao menos uma confirmação de transmissão da doença. Quatro delas tiveram mais de 20 confirmações: Ladainha, Caratinga, Novo Cruzeiro e Poté. Mais 40 municípios analisam casos suspeitos.
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, ele é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus zika e da febre chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, nenhum dos casos em Minas Gerais é considerado urbano pelos órgãos públicos.
A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é ofertado gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação é feita em dose única e deve ser reforçada após 10 anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.
Terceiro macaco morto
A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirmou hoje (17) que mais o terceiro macaco encontrado morto na cidade estava com febre amarela. O corpo do animal estava na região centro-sul e foi submetido a exames que deram resultado positivo. Dois macacos que já tiveram confirmação para a doença foram encontrados na regiõe oeste e em Venda Nova. Belo Horizonte analisa ainda 18 mortes de animais. Por outro lado, a capital mineira não tem nenhuma notificação de transmissão da doença para humanos.
Em todo o estado de Minas Gerais, 102 municípios têm confirmação de macacos mortos por febre amarela. Mais 105 cidades investigam mortes de animais.
A prefeitura de Belo Horizonte vem fazendo algumas ações para evitar que a doença atinja a população. Entre as medidas adotadas, estão o reforço da vacinação e a interdição dos parques Jacques Cousteau, das Mangabeiras e da Serra do Curral. Até o momento, 556 mil pessoas receberam o imunizante na cidade.
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