A prática regular de atividades físicas é considerada pelos especialistas uma das melhores formas de prevenção e controle de problemas de saúde, principalmente quando se trata de doenças crônicas, como obesidade e diabetes. E o melhor: não é necessário ser um atleta de alta performance para perceber esses benefícios. É o que demonstra um estudo recém-publicado no periódico científico JAMA Internal Medicine. De acordo com o levantamento, aqueles que se exercitam apenas uma vez por semana já conseguem perceber melhora no desempenho cardiovascular e respiratório e na resistência física, além de estarem mais protegidos contra o risco de morte prematura¹, que foi reduzida em 30%. Esse resultado representa um incentivo a mais para quem gostaria de praticar alguma atividade física, mas não tem tempo ou disposição para adotar um ritmo regular de treinos.
De acordo com especialistas, além do seu papel preventivo, a prática de atividades físicas também apresenta benefícios no controle de doenças crônicas. “Quando são diagnosticados com diabetes tipo 1 ou 2, por exemplo, muitas pessoas acreditam que não poderão mais levar uma vida ativa, relacionando a prática de atividades físicas a crises de hipoglicemia (quando a taxa de açúcar no sangue diminui drasticamente). Porém, seguindo alguns cuidados simples que seu médico pode orientá-lo de acordo com a intensidade da atividade física e nível de açúcar no sangue, a prática de atividades físicas é benéfica e auxilia no controle da doença”, explica Marina Santorso, Gerente Médica de Diabetes da Novo Nordisk Brasil.
Apesar de o diabetes estar diretamente ligado ao risco de doenças vasculares, como infarto cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e entupimento de artérias – estudos indicam que uma pessoa com diabetes tem 2 a 6 vezes mais chances de morte por eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdico – a prática de atividades físicas, associada a um tratamento adequado, pode até mesmo reverter esse prognóstico. “Os exercícios físicos melhoram o aproveitamento da glicose pelos músculos, ajudam a aumentar a sensibilidade à insulina e contribuem para a prevenção de doenças associadas, como insuficiência renal, neuropatia e retinopatia, além dos problemas cardiovasculares. Ao associá-los ao uso de uma medicação que ofereça proteção cardiovascular comprovada, estamos reduzindo o risco de complicações e aumentando a qualidade de vida”, afirma a médica.
As atividades físicas também são fundamentais para o controle da obesidade, problema que já afeta milhões de pessoas em todo o mundo e, atualmente, atinge 18% da população brasileira adulta. Apesar de ser constantemente relacionada à estética, a obesidade traz riscos à saúde que vão muito além do espelho: a obesidade é considerada fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares – responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil³.
De acordo com a endocrinologista e Gerente Médica de Obesidade da Novo Nordisk, Rocio Riatto Della Coletta, manter o organismo ativo é fundamental não só para o processo de perda de peso, mas especialmente para mantê-lo sob controle, grande dificuldade de quem passa pelo processo de emagrecimento. “A prática de atividades físicas não só acelera o metabolismo, mas também contribui para um maior gasto energético. Estudos demonstram que, independentemente do peso inicial, uma perda de 5-10% em pessoas com obesidade traz benefícios expressivos à saúde, incluindo melhoras dos níveis de glicemia sanguínea, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da apneia obstrutiva do sono4”. A médica ressalta que todas as modalidades oferecerem benefícios e que a escolha deve ser feita juntamente com o médico. “Alguns se beneficiam de atividades mais intensas, como corrida; outros preferem esportes de menor impacto, como natação. O importante é manter o corpo em movimento”, completa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os benefícios oferecidos pela prática de esportes e atividades físicas estão a melhora na aptidão muscular e cardiorrespiratória; melhora da saúde óssea; redução do risco de hipertensão, doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, diabetes, câncer de mama e cólon; redução dos riscos de depressão; auxílio na redução e controle de peso5.
Referências
- O’Donovan, G.; Lee, I.; Hamer, M. “Association of ‘Weekend Warrior’ and Other Leisure Time Physical Activity Patterns With Risks for All-Cause, Cardiovascular Disease, and Cancer Mortality”.JAMA Intern Med. January 9, 2017. Disponível em http://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2596007. Último acesso 7.2.2017.
- Fitch K, Blumen H, Engel T. Cardiovascular event incidence and cost in type 2 diabetes: A coomercial and Medicare claim based actuarial analysis. Milliman. Nov. 2016
- Pesquisa Vigitel 2014 – Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas. Ministério da Saúde. Disponível emwww.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/2015_vigitel.pdf, último acesso: 08.02.2017.
- Mann T, Tomiyama AJ, Westling E, et al. Medicare’s search for effective obesity treatments: diets are not the answer. The American Psychologist. 2007; 62:220-233.
- Organização Mundial da Saúde – WHO. Fact-sheet “Physical activity”, disponível em www.who.int/mediacentre/factsheets/fs385/en/. Ultimo acesso: 06.02.2017.
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