Prefeitura de BH cria grupo para retomar navegação na Lagoa da Pampulha

Apesar da coloração esverdeada observada nos últimos dias na Lagoa da Pampulha, a Prefeitura de Belo Horizonte segue com o plano de retomar a navegação no principal cartão-postal da capital. Uma portaria conjunta publicada nesta quinta-feira (16) no Diário Oficial do Município (DOM) instituiu o grupo de trabalho do projeto “Retomada da Navegação e Uso do Espelho d’Água da Lagoa da Pampulha”.

O grupo será responsável por elaborar estudos, desenvolver projetos e propor ações voltadas ao lazer e ao turismo náutico no local. A coordenação ficará sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, com participação de outras 11 entidades municipais, incluindo as secretarias de Meio Ambiente, Obras e Infraestrutura, Esportes e Lazer, Desenvolvimento Econômico, Política Urbana, Planejamento e Gestão, além da Belotur, Fundação Municipal de Cultura e Superintendência de Limpeza Urbana.

A portaria autoriza ainda o convite de especialistas externos e técnicos da administração municipal para contribuir com discussões específicas. O texto entra em vigor imediatamente.

A medida foi publicada dias após o anúncio da prefeitura de que os passeios de barco na Pampulha serão retomados em dezembro, marcando o retorno das atividades náuticas após mais de 50 anos de interrupção, causada pela poluição da lagoa.

Nos últimos dias, porém, moradores relataram novamente o surgimento da água esverdeada e o acúmulo de resíduos na orla. A prefeitura atribui o fenômeno ao início do período chuvoso, que provoca o arraste de sedimentos e matéria orgânica para dentro da lagoa, alterando temporariamente sua coloração e turbidez.

Projeto de retomada da navegação

O projeto-piloto prevê passeios gratuitos em catamarãs com capacidade para até 30 pessoas, integrando as comemorações pelos 128 anos de Belo Horizonte.

As atividades na Lagoa da Pampulha foram suspensas em 1968, após análises apontarem altos níveis de contaminação. Desde então, o reservatório enfrenta problemas recorrentes de qualidade da água e despejo irregular de esgoto nos córregos da região.

A recuperação ambiental do local é acompanhada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público de Contas de Minas Gerais (MPC-MG), que deram prazo para a Prefeitura de Belo Horizonte apresentar um plano detalhado de revitalização da Pampulha.