O mineiro Bruno de Paula Carvalho Fernandes, de 29 anos, morreu em uma emboscada na guerra da Ucrânia poucas horas depois de enviar à esposa uma mensagem de voz em que dizia estar “em paz” e confiante de que voltaria para casa.
“Não é uma despedida, jamais. É só uma mensagem de que daqui a uns dias estarei de volta. Deus é conosco”, afirmou no áudio.
Bruno, natural de Governador Valadare, no Leste de Minas, foi morto na manhã dessa segunda-feira (1º). Ele atuava como soldado voluntário desde maio e, antes de viajar, trabalhava como técnico de enfermagem em um hospital da cidade. A morte foi confirmada por familiares.
A esposa, Cecília Fernandes, contou que na noite anterior ao ataque teve um sonho premonitório com a morte do marido e afirmou que ele foi atraído por grupos de recrutamento para brasileiros na internet.
“Ele foi vítima desse sistema de recrutamento”, diz esposa
Segundo Cecília, Bruno chegou a participar de pelo menos sete grupos em redes sociais que ofereciam propostas de alistamento. As promessas incluíam pagamentos de até R$ 30 mil por mês, além de hospedagem, alimentação e transporte custeados pelo governo ucraniano. Para conseguir embarcar, ele vendeu o carro e custeou parte das despesas iniciais. Bruno foi registrado oficialmente como soldado na Ucrânia, com direito a carteira militar.
Ferido em combate antes da morte
Pouco depois de chegar ao front, Bruno foi gravemente ferido em batalha. Ele levou vários tiros, um deles na cabeça e chegou a ficar internado em uma UTI no país. Mesmo sem estar totalmente recuperado, foi novamente enviado para a linha de frente. Morreu poucas horas depois de retornar ao combate, durante a emboscada.
“Ele não podia falar não, estava sendo obrigado a ir”, afirmou Cecília.
Corpo em área de difícil acesso
Um companheiro de guerra de Bruno relatou em áudios enviados à esposa como o ataque ocorreu. De acordo com ele, o brasileiro foi atingido na cabeça e nas pernas, perdeu muito sangue e morreu no local. O corpo teria caído em uma área de difícil acesso, o que atrapalha as tentativas de resgate.
“Ele era um homem incrível, sempre feliz. Partiu fazendo o que gostava, que era lutar”, disse o colega. Outro brasileiro que integrava a equipe sobreviveu, mas segue internado em estado grave.
Apoio do Itamaraty
A família de Bruno aguarda orientações do Itamaraty sobre o traslado do corpo. O órgão já havia emitido alertas desaconselhando a participação de brasileiros em conflitos armados no exterior.
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