A Caixa Econômica Federal tem 598 imóveis em leilão em Minas Gerais, com preços que variam de R$ 65 mil a R$ 2,95 milhões. O levantamento foi feito por O Fator no site oficial do banco. Para investidores, os certames são considerados uma oportunidade, já que os valores podem cair até 40% no segundo pregão, quando o bem não recebe lances na primeira rodada.
Segundo especialistas, o lucro pode ultrapassar 30% em cerca de três meses, especialmente no caso de imóveis de menor valor, que costumam ter giro mais rápido.
Oportunidade para investidores
O mercado de leilões da Caixa ganhou força após a exclusão, há cerca de dois anos, dos imóveis retomados pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Antes, esse público era o principal interessado nas unidades de baixo custo. Hoje, investidores arrematam os bens e os revendem a famílias de baixa renda, funcionando como intermediários entre o banco e o consumidor final.
Atualmente, Belo Horizonte concentra 68 imóveis disponíveis. O mais barato está em Espera Feliz, na Zona da Mata: uma casa avaliada em R$ 65 mil. Já o mais caro é um prédio em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com lance inicial de R$ 2,95 milhões. Ambos podem ter queda significativa de preço no segundo pregão.
Como funcionam os descontos
Por lei, a Caixa precisa realizar dois leilões. No primeiro, o valor corresponde à avaliação. Caso não haja lances, o bem segue para o segundo certame, com preço reduzido ao valor da dívida, incluindo parcelas atrasadas, saldo residual e custos de cartório e impostos.
No caso da casa em Espera Feliz, o valor cai de R$ 65 mil para R$ 45 mil (desconto de 30,7%). Já o prédio em Uberlândia pode sair de R$ 2,95 milhões por R$ 1,77 milhão, redução de 40%. É importante lembrar que dívidas de IPTU e condomínio ficam sob responsabilidade de quem arremata.
Lucro rápido
De acordo com o corretor Marcius Souza, especializado em leilões da Caixa, a revenda de imóveis adquiridos nesses certames costuma ser ágil.
“É comum que, enquanto o comprador está finalizando a transferência, já comece a anunciar o imóvel. O giro é muito rápido”, explica.
Segundo ele, 90% dos compradores hoje são investidores, muitos deles vivendo exclusivamente dessa atividade e adquirindo mais de dez imóveis por ano.
Imóveis ocupados
Apesar de o banco ser o proprietário, moradores podem permanecer nos imóveis até a saída voluntária ou por ordem judicial. A legislação prevê até 60 dias para a desocupação após a conclusão do leilão, mas, em Minas, 80% dos casos exigem ação judicial, o que prolonga o prazo em até três meses.
Foco em imóveis mais baratos
Com a saída do Minha Casa, Minha Vida desse mercado, imóveis de menor valor se tornaram mais atrativos.
“É um público grande, que usa FGTS e tem algum dinheiro guardado. O comprador consegue vender abaixo da tabela e ainda lucrar bastante”, afirma Souza.
Financiamento não é indicado para investir
Especialistas alertam que, para participar dos leilões, o ideal é ter recursos próprios. Poucos imóveis aceitam financiamento, e recorrer a crédito pode não ser vantajoso com a taxa Selic em 15%, o que encarece os empréstimos.
Nesse cenário, comprar para revender ou para uso próprio tende a ser mais rentável do que adquirir para alugar.
Como evitar perder o imóvel para leilão
O presidente da Associação dos Mutuários do Brasil (Amubra), Sílvio Saldanha, recomenda que famílias em dificuldade procurem o banco antes de acumular muitas parcelas atrasadas.
“Existem ferramentas, como a pausa formalizada ou a portabilidade do crédito. Ignorar o problema pode sair caro, já que, com três parcelas em aberto, o banco pode exigir a quitação integral”, explica.
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