Idosa deixada em hospital de BH é buscada depois de dois meses internada

A idosa de 72 anos que estava abandonada em um hospital da Unimed-BH, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, retornou para casa nesta quarta-feira (18). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) havia dado um prazo de 24 horas para que a paciente fosse retirada da unidade hospitalar, após receber alta médica.

De acordo com a Unimed-BH, a mulher deu entrada na Unidade Contorno no dia 18 de abril e permaneceu internada por dois meses, mesmo após liberação dos profissionais de saúde. Ela deixou o hospital na companhia de um familiar, conforme determinação do MPMG.

A Promotoria de Justiça Especializada de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa informou que, ao tomar conhecimento do caso, iniciou atuação extrajudicial para garantir o acolhimento da paciente. Familiares foram convocados a comparecer ao Ministério Público para viabilizar o retorno da idosa ao ambiente familiar.

Na terça-feira (17), uma das sobrinhas da paciente esteve no MPMG, foi advertida formalmente por crime de abandono e notificada sobre o prazo para providenciar a retirada da mulher do hospital. O Ministério Público seguirá acompanhando o caso e realizará visitas ao local onde a idosa está residindo, a fim de verificar se ela está recebendo os cuidados adequados, tanto emocionais quanto materiais.

A promotoria destacou que hospitais, tanto públicos quanto privados, recebem orientações para assegurar que pacientes idosos com alta médica sejam reintegrados ao convívio familiar, evitando que permaneçam internados por falta de apoio.

Investigação em andamento

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga o caso, que já gerou dois boletins de ocorrência, um em 14 de maio e outro em 12 de junho. Um homem e uma mulher, ambos com 44 anos, são investigados como suspeitos. Até o momento, ninguém foi preso.

Segundo a Unimed-BH, a própria idosa acionou a polícia e denunciou o abandono. A instituição afirmou que “aguarda a atuação das autoridades competentes e segue prestando toda a assistência necessária, incluindo cuidados médicos contínuos e apoio psicológico”.