Instituto Terra: conheça a organização criada por Sebastião Salgado no Vale do Rio Doce

O mineiro Sebastião Salgado, considerado um dos maiores fotógrafos do Brasil e do mundo, faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris. Além de sua consagrada carreira na fotografia documental, ele também deixou um importante legado ambiental: a criação do Instituto Terra, ao lado de sua esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado.

Fundado em 1998, o Instituto foi criado em Aimorés, cidade natal de Sebastião Salgado, no interior de Minas Gerais. A iniciativa nasceu com o objetivo de restaurar a floresta na antiga fazenda da família e, hoje, 27 anos depois, tornou-se um símbolo da recuperação da biodiversidade da Mata Atlântica e da promoção do desenvolvimento rural sustentável na Bacia do Rio Doce.

O Rio Doce é o principal foco da atuação do Instituto, que, segundo seu site oficial, utiliza o “conhecimento adquirido com a restauração ecossistêmica para transformar a bacia do Rio Doce”. As ações envolvem a integração da agricultura com a floresta, a recuperação de nascentes e a promoção da educação ambiental para milhares de pessoas.

Desde sua criação, o Instituto Terra já plantou mais de sete milhões de mudas, abrangendo mais de 300 espécies nativas e contribuindo para o retorno de 228 espécies à fauna local. Além disso, mais de 2 mil nascentes estão em processo de recuperação, e mais de mil hectares foram mobilizados para ações de reflorestamento. Ao todo, mais de 90 mil pessoas foram impactadas e 237 Agentes de Restauração Ecossistêmica foram formados.

Nas redes sociais, o Instituto prestou uma homenagem emocionada ao seu fundador:

“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.”

 

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