Uma casa interditada desde fevereiro pela Defesa Civil de Belo Horizonte teve parte da estrutura comprometida nesta quarta-feira (16). A parede de um quarto do imóvel 3A, localizado na Rua Cesena, no bairro Primeiro de Maio, acabou desabando com as chuvas que atingiram a capital mineira. O entulho tomou a lateral da residência.
De acordo com a Defesa Civil, uma vistoria foi realizada no mesmo dia e confirmou a queda da estrutura. O órgão destacou que o imóvel já estava isolado preventivamente, justamente por apresentar risco de colapso, e que a recomendação de manter a área evacuada segue mantida.
Ao todo, oito imóveis da Rua Cesena, nos números 3 (A, B e C), 6, 31 (A, B e C) e 41, foram interditados desde fevereiro de 2025. A decisão foi tomada após a identificação de trincas, rachaduras, abatimento do asfalto e indícios de processo erosivo na área, situação que tem se agravado com as chuvas.
No dia 20 de março, a Defesa Civil reforçou a sinalização de interdição após novas vistorias constatarem o avanço dos danos estruturais. Desde então, as famílias foram orientadas a manter distância e comunicar o órgão caso percebessem qualquer mudança no cenário de risco.
Segundo os moradores, os problemas teriam começado após um vazamento na rede da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Eles afirmam que, depois do conserto dos canos, começaram a notar rachaduras e buracos surgindo nos pisos das casas e no asfalto da rua.
A Copasa, por sua vez, nega que o caso tenha relação com suas redes. A empresa afirma que, após o vazamento, um laudo pericial independente concluiu que os danos não foram causados pelo sistema de água e esgoto. A companhia alega que a pressão da rede era insuficiente para provocar erosão ou comprometer a estrutura das casas.
Copasa nega relação com danos
Em nota oficial, a Copasa informou que contratou perícia técnica independente para avaliar o problema, e o laudo apontou que as falhas estruturais nas residências não possuem ligação com a rede de água ou esgoto da companhia.
A empresa reforçou que, durante as inspeções, foi verificado que a rede de esgoto está funcionando normalmente e que o vazamento identificado na rede de água era de baixa pressão, não tendo força suficiente para causar abatimento do solo ou rachaduras.
Além disso, a Copasa declarou que o caso está sendo discutido judicialmente e que segue acompanhando o processo em respeito às decisões da Justiça e à segurança dos moradores da região.
Advogado das famílias critica demora por parte da empresa
O advogado Leonardo Silva, que representa as famílias atingidas, declarou que o desabamento era previsível e poderia ter sido evitado se providências tivessem sido tomadas a tempo. Ele relembrou que, desde fevereiro, 21 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por causa da interdição.
Segundo o defensor, a Justiça concedeu uma decisão liminar obrigando a Copasa a arcar com os custos de aluguel das famílias, mas o pedido de demolição dos imóveis para evitar desabamentos ainda não foi atendido. Para ele, a omissão da empresa agrava ainda mais a situação.
Leonardo Silva também destacou que os imóveis afetados são, em muitos casos, o único bem das famílias. Ele relembrou que a Rua Cesena já enfrentou problemas semelhantes em 2004, 2012 e 2019 e alertou que, caso medidas urgentes não sejam adotadas, novos acidentes podem acontecer.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.