Acusados de matar Clara Maria serão julgados por júri popular

A Justiça de Minas Gerais tornou réus Thiago Schafer Sampaio e Lucas Rodrigues Pimentel, acusados de assassinar Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos. O corpo da jovem foi encontrado enterrado sob uma camada de concreto no quintal da casa de um dos suspeitos, no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Civil, Clara foi morta por asfixia mecânica. Thiago Sampaio confessou ter aplicado um golpe de mata-leão na vítima, dentro da cozinha da residência. O crime aconteceu após ele chamar a jovem ao local com o pretexto de quitar uma dívida de R$ 400, que tinha com ela.

As investigações apontaram que o assassinato foi premeditado. O corpo de Clara teria permanecido exposto e nu na sala da casa até a tarde do dia seguinte, antes de ser concretado no quintal. A motivação do crime envolve ciúmes e vingança: Thiago teria ficado incomodado ao ver Clara com o namorado dias antes, em um bar da cidade.

Lucas Pimentel, segundo os investigadores, também tinha um motivo pessoal para participar do crime. Em uma roda de amigos, ele foi repreendido por Clara após fazer apologia ao nazismo e proferir frases em alemão. O comportamento considerado sádico e desviado dos dois réus reforça, segundo a polícia, a gravidade do caso.

A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza decidiu que Thiago e Lucas irão a júri popular e permanecerão presos por tempo indeterminado. Ela considerou a brutalidade do crime e o risco que os acusados representam à sociedade como fundamentos para a manutenção da prisão preventiva.

O processo ainda está em fase inicial. A denúncia já foi recebida pela Justiça, e os acusados serão citados para apresentar a defesa prévia. A data do julgamento ainda não foi definida.

Kennedy Marcelo da Conceição Filho, que chegou a ser detido durante as investigações, foi excluído do processo. Amigo dos réus, ele prestou depoimento e foi liberado após a polícia concluir que não havia indícios suficientes para denunciá-lo.