O índice de inadimplência cresceu 3,91% entre as empresas da capital mineira no mês de maio. No mesmo período de 2022, o indicador era de 1,76%. De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com base nos dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a inadimplência também evolui na comparação mensal, passando de 0,96% em abril, para 1,67% em maio. “Observamos um crescimento da inadimplência entre as pessoas jurídicas desde janeiro de 2022. Mesmo após a pandemia, muitas empresas ainda são impactadas com os efeitos prolongados da crise, como a redução da demanda, caixa fragilizado e acúmulo de dívida. Tudo isso tem dificultado o pagamento das contas”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
As empresas estão devendo, em média, R$ 5.488,87. Segundo o levantamento da CDL/BH, desde agosto do último ano tem sido observado um aumento constante no valor médio das dívidas. Essa ascendência é atribuída às altas taxas de juros que elevam o montante devido e dificultam as negociações.
Comércio devendo menos
Na análise do endividamento por setores, o comércio foi o único que retraiu a inadimplência no mês de maio: -1,19%. “O comércio é uma atividade de transações de curto prazo, com a maioria dos pagamentos sendo feitos de forma imediata ou poucas parcelas. Isso significa que há mesmo tempo para ocorrer a inadimplência, ao contrário de outros setores que lidam com contratos de longo prazo e pagamentos parcelados”, explica a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. A indústria também registrou desaceleração de 0,98% na inadimplência.
Em contrapartida, a agricultura avançou nas contas em atraso, sinalizando 11,39%. O setor de serviços também aumentou a inadimplência, registrando 2,78%.
O valor médio anual devido por setor é:
- Agricultura: R$ 5.065,92
- Indústria: R$ 5.357,17
- Serviços: R$ 5.373,67
- Comércio: R$ 6.406,84
As principais dívidas das empresas referem-se à Água e Luz (10,08%), Comunicação – internet, telefonia- (6,93%) e Bancos (2,05%).
Em relação ao número de dívidas por CNPJ, o mês de maio registrou um crescimento de 2,85% em comparação ao mesmo período do ano passado, confirmando que a alta de juros na economia tem dificultado a manutenção e a renegociação dos contratos.
Empresas mineiras devem menos
No período de análise, o levantamento da CDL/BH mostrou que as empresas mineiras estão com menos contas em atraso que as do país. O índice de inadimplência entre as empresas de Belo Horizonte, no mês de maio, ficou em 3,91% e as do estado em 9%. Já a média da região Sudeste foi de 10,04% e a do país, 11,41%.
“Esses dados nos mostram que, apesar do endividamento e do cenário econômico fragilizado, Minas Gerais tem conseguido, ainda que de forma tímida, recuperar a saúde econômica e vislumbrar um reaquecimento a médio prazo”, finaliza Marcelo de Souza e Silva.
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