Em ação de combate a fraudes eletrônicas em Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandados de busca e apreensão em três endereços, localizados na Região Noroeste na capital mineira, em desfavor de dois sócios de uma suposta empresa atuante no mercado de vendas pela internet, na modalidade de dropshipping. Um dos investigados, de 28 anos, foi preso durante os trabalhos de busca, e o outro não foi localizado.
A ação foi realizada na última quarta-feira (21/6), pela 1ª Delegacia Especializada de Investigação de Fraudes, unidade vinculada ao Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof).
Durante a busca, na empresa e na casa de um dos alvos, foram apreendidos equipamentos eletrônicos utilizados pelo investigado, além de uma quantidade significativa de produtos não licenciados e falsificados. “O que nós arrecadamos, em relação a materiais, refere-se a devoluções feitas por clientes”, esclarece o chefe da Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária, delegado Magno Machado.
Além disso, os policiais arrecadaram dois relógios de luxo, estimados em aproximadamente R$ 100 mil, e dois carros de alto padrão, avaliados em cerca de R$ 1 milhão.
Esquema criminoso
Conforme apurado, os investigados utilizavam sites de vendas como se fossem o portal oficial da Xiaomi, fazendo o uso indevido do endereço e do CNPJ da loja oficial detentora de representação exclusiva da marca no Brasil, localizada na cidade de São Paulo. Assim, os clientes acreditavam estar comprando produtos originais e devidamente licenciados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De acordo com Machado, os suspeitos teriam utilizado vários sites, já que quando um adquiria grande quantidade de reclamações, outro era criado.
Após a ação policial, os sites fraudulentos foram inativados. As investigações continuam a fim de quantificar o prejuízo causado pelos investigados, uma vez que ainda estão sendo contabilizados as possíveis vítimas da fraude.
Dropshipping
O dropshipping é uma modalidade comercial em que a loja ou portal responsável pela venda não possui um estoque físico de produtos anunciados. Assim, a empresa responsável pela a venda funciona como uma espécie de intermediadora entre o fornecedor e o cliente.
A delegada Stefhany Martins, que coordena as investigações, explica que os suspeitos faziam uma mediação entre os fornecedores (da China) e o consumidor final. “Nesses produtos que eram comercializados pelos suspeitos, nós descobrimos que tinham produtos falsificados e também produtos que são chamados do ‘mercado cinza’, que são aqueles originais da China, mas que não foram homologados pela Anatel”, disse.
Os dois suspeitos, segundo a delegada, irão responder por estelionato (na modalidade fraude eletrônica), crimes contra a relação de consumo e lavagem de dinheiro.
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