Com a expansão do endividamento na capital mineira, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Belo Horizonte permaneceu em sua trajetória de alta, avançando pelo quarto mês consecutivo. Em outubro, o indicador alcançou 73,2 pontos, o melhor resultado para o segundo semestre deste ano. Em relação ao mês de setembro, o ICF cresceu um ponto percentual (p.p.). Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 4,4 pontos.
Elaborada mensalmente pela Fecomércio MG, com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a ICF é um indicador capaz de medir, com precisão, a avaliação que os consumidores fazem, mês a mês, sobre aspectos relacionados à condição de vida de sua família. Entre esses fatores estão a capacidade e a qualidade de consumo atuais e de curto prazo, o nível de renda doméstico e a segurança no emprego.
Apesar da expansão, o índice permanece no nível de insatisfação, ficando abaixo dos 100 pontos, fronteira que sinaliza o otimismo do consumidor. “Ainda é preciso ter cautela e planejar bem os gastos. O consumidor deve organizar suas contas para não perder o controle da renda, principalmente devido à alta da inflação, que impacta no poder de compra das famílias, ao desemprego e a dificuldade de contrair crédito”, avalia o analista de pesquisa da Fecomércio MG, Devid Lima.
O avanço do indicador em outubro foi influenciado pela melhora dos seguintes itens: perspectiva profissional (de 102,8 em setembro para 103,7 em outubro); emprego atual (de 98,9 para 102,2); renda atual (de 82,1 para 82,6); perspectiva de consumo (de 74,3 para 74,9) e acesso ao crédito (de 73,4 para 74,9). Em contrapartida, o nível de consumo (de 48,1 para 48,0) e consumo de bens duráveis (de 26,1 para 25,8) registraram oscilação negativa.
Segundo o analista de pesquisa da Fecomércio MG, Devid Lima, a recuperação do indicador, ao longo dos últimos meses, sinaliza a retomada, ainda que gradual, da economia. O especialista também reforça os impactos positivos da vacinação, mas pondera. “Em outubro, 64,3% dos entrevistados compraram menos em relação ao ano passado, enquanto 86,2% consideram o momento ruim para aquisição de produtos duráveis”, ressalta Lima.
Para elaborar a pesquisa de outubro, foram entrevistadas mil famílias residentes em Belo Horizonte nos últimos dez dias de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 3,5% e o nível de confiança é de 95%.
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