A saúde da pele e a saúde mental estão intimamente conectadas. Para pessoas que convivem com condições dermatológicas crônicas e visíveis, por exemplo, este é um problema ainda pior: se a pele reflete o que está acontecendo por dentro, o contrário também é verdadeiro. Então o impacto das doenças de pele na saúde mental é muito grande.
Tendo isso em mente, o cuidado com a saúde mental para pessoas com condições dermatológicas crônicas é o tema da campanha Vivendo na Pele: Sentindo na Vida, da Crônicos do Dia a Dia (CDD). A associação se dedica, no mês de setembro, a produzir ainda mais conteúdos sobre as condições de pele por meio de canais de comunicação (site e redes sociais).
A campanha faz parte do Setembro Lilás, mês para conscientização sobre doenças de pele. Com este fim, as ações do Vivendo na Pele de 2024 buscam trazer informação de qualidade sobre o impacto das condições dermatológicas na vida de quem convive com elas – impacto este que vai além do que é visível. Nesse sentido, a campanha tem foco no sentimento, enfrentamento e vivência emocional dos desafios que acompanham doenças como alopecia areata, dermatite atópica, urticária crônica espontânea (UCE) ou psoríase.
É necessário observar que, embora tais condições não sejam causadas por questões emocionais, estes podem ser fatores para desencadear uma crise. O estresse, por exemplo, aumenta a inflamação e a liberação de hormônios, como o cortisol e adrenalina, que agem sobre receptores e neurotransmissores do corpo. Para organismos que apresentam condições dermatológicas autoimunes crônicas, isto pode se transformar em um gatilho para episódios da doença. O estresse pode ser um fator desencadeante para psoríase, além da ansiedade e estresse piorarem a coceira da dermatite atópica, por exemplo.
O aspecto e a qualidade da pele influenciam diretamente na autoestima e autoimagem, fatores que podem levar ao isolamento e depressão. Um estudo mostrou que cerca de metade das pessoas que vivem com psoríase apresentam sintomas de ansiedade, devido à natureza crônica da condição. Outro estudo, realizado entre adolescentes com dermatite atópica, mostra que 16% destes já tiveram pensamentos suicidas. O número aumenta para 24% quando as lesões de pele são acompanhadas por coceira.
Além de acompanhamento médico dermatológico adequado, fundamental para garantir que a condição tenha o tratamento necessário, buscar alternativas para o bem-estar emocional é importante para lidar com as dificuldades que a doença crônica traz. Para a psicóloga Bárbara Negri Cruz Hagen, é importante que existam espaços de acolhimento para pessoas que lidam com doenças crônicas, pois assim recebem auxílio para aliviar a tensão emocional e promover o bem-estar.
“Romper o ciclo vicioso entre ansiedade e agravamento das doenças de pele envolve uma abordagem multifacetada, que integra o tratamento da condição dermatológica com estratégias de manejo do estresse e suporte emocional. Combinando cuidados médicos, apoio psicológico, práticas de autocuidado e mudanças de estilo de vida, é possível reduzir a ansiedade, melhorar a condição da pele e promover uma melhora do estado geral de bem-estar”.
Para Ana Fonseca, que convive com alopecia, além da terapia, o mais importante pra mim foi colocar a atividade física como rotina. “Ela me ajuda a extravasar.” Relata a a maquiadora e produtora de conteúdo.
A campanha Vivendo na Pele, Sentindo na Vida tem investimento social das farmacêuticas Abbvie, Pfizer e Sanofi.
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