Após 20 anos de debate no Congresso Nacional, em 2010, a gestão de resíduos sólidos, ou o popular lixo, transformou-se em uma discussão importante, após a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei nº 12.305). No entanto, essa implementação no ecossistema de empresas e até em setores públicos segue sendo um tema sensível.
Um estudo da International Solid Waste Association (ISWA), organização sem fins lucrativos que reúne profissionais do setor de resíduos sólidos, prevê que a geração mundial de lixo chegará a 3,4 bilhões de toneladas por ano até 2050. Em 2016, eram cerca de 2 bilhões de toneladas/ano produzidas. Ou seja, pode haver um aumento de 70% nos descartes. A pesquisa ainda revela que o Brasil é o maior produtor de resíduos urbanos da América Latina.
Diante dos números, muitas empresas entenderão que o gerenciamento de resíduos é uma prática essencial que, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental, pode gerar um valor significativo para os negócios, obtendo benefícios econômicos e de reputação, aumentando sua competitividade no mercado.
“Atuar no gerenciamento de resíduos demanda expertise técnica, comprometimento com práticas sustentáveis e uma capacidade de adaptação contínua às mudanças regulatórias. Primeiramente, há a necessidade crucial de lidar com uma vasta gama de regulamentações ambientais e de saúde, que variam de acordo com cada região ou país. Além disso, a constante evolução tecnológica é um ponto crucial. A adoção de tecnologias avançadas é fundamental para melhorar a eficiência em todas as fases do gerenciamento de resíduos, desde a coleta até o tratamento e a destinação final”, pontua Mizael Oliveira, que é gestor ambiental com MBA em gestão de negócios.
Um dos principais benefícios do gerenciamento de resíduos é a redução de custos operacionais. Ao implementar práticas de redução, reutilização e reciclagem de materiais, as empresas podem diminuir a quantidade de resíduos que precisam ser descartados. Isso resulta em economias significativas em taxas de disposição de resíduos e custos de transporte. Além disso, a reciclagem de materiais pode gerar receita adicional, transformando resíduos em recursos valiosos.
O gerenciamento de resíduos também pode ser um catalisador para a inovação. Empresas que buscam maneiras criativas de reduzir, reutilizar e reciclar resíduos muitas vezes descobrem novas oportunidades de desenvolvimento de produtos. Por exemplo, resíduos podem ser transformados em novos materiais ou produtos, criando novas linhas de negócios e fontes de receita. Além disso, a inovação em práticas de sustentabilidade pode abrir portas para colaborações e parcerias estratégicas.
Promover práticas sustentáveis é outra frente importante. “Isso envolve não apenas a gestão eficiente dos resíduos, mas também educar e conscientizar a população sobre a importância da separação correta dos resíduos e da redução do desperdício. Campanhas educativas e parcerias com comunidades locais são essenciais para alcançar esses objetivos”, esclarece Mizael.
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