George Orwell era o pseudônimo do escritor Eric Blair. Nascido na Índia em 1903 e educado na Inglaterra, sempre se manifestou contrário a qualquer forma de opressão política. Aclamado como um dos mais memoráveis escritores de sua geração escreveu um livro intitulado A Revolução dos Bichos. Nesse livro, em uma revolução liderada pelos porcos, os bichos expulsam os seres humanos de uma fazenda chamada Granja Solar.
Para poderem conduzir a granja, elaboraram sete princípios que foram escritos na parede do celeiro. Esses princípios procuravam distanciar o novo gerenciamento da granja daquele existente na época dos humanos. A título de exemplo, basta mencionar dois: nenhum animal dormirá em camas e todos os animais são iguais.
Com o passar do tempo, o poder atribuído aos porcos foi se tornando cada vez maior e estes lentamente foram se distanciando do objetivo original da revolução, que era possibilitar uma vida melhor para todos os bichos.
Sempre que eram questionados acerca da miséria em que viviam pelos demais bichos, os porcos respondiam que seria pior se os humanos voltassem a comandar e mostravam estatísticas fajutas acerca de como a vida havia melhorado desde a expulsão dos humanos. Como não tinham padrão de comparação, os animais acreditavam.
Com o passar do tempo, até mesmo os mandamentos básicos da revolução foram sendo alterados para justificar as atitudes que a cada dia mais se distanciavam dos ideais revolucionários. Durante a noite, os porcos reescreviam os princípios na parede do celeiro.
Foi assim que, para justificar o fato de dormirem em camas, acrescentaram ao final do mandamento proibitivo a expressão “com lençóis”. Para justificar os privilégios que possuíam, acrescentaram ao final do princípio da igualdade entre os bichos o complemento “mas uns são mais iguais do que os outros”.
Ao final do livro, os porcos decidem que a granja passará a fazer comércio com os humanos. Os humanos, antes de fechar o negócio vêm conhecer a fazenda, e constatam que nenhuma outra fazenda era tão produtiva quanto aquela. Em nenhum outro lugar os animais recebiam tão pouco e trabalhavam tanto como naquele lugar dirigido pelos próprios bichos.
Foi celebrado um jantar para comemorar o acordo comercial e os demais animais ficam espiando os acontecimentos pela janela. Vêem os porcos andando em duas patas, sentados à mesa com os humanos, tomando bebidas alcoólicas e jogando pôquer. Os animais assistiam a tudo estupefatos. “Olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem e quem era porco”.
A história aqui contada lembra a situação política brasileira da atualidade. Qualquer semelhança com acontecimentos políticos ocorridos no Brasil, no entanto, é mera coincidência. George Orwell, ao que se sabe nunca esteve por aqui e faleceu em 1950.
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