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Por que investir em empreendimentos locais é sinônimo de desenvolvimento nacional

Os últimos anos têm sido difíceis para a economia brasileira, e os pequenos negócios são, geralmente, as empresas que mais sofrem nesse cenário.

No entanto, estimular os empreendimentos locais pode ser justamente uma forma de sair da crise. Governos e entidades têm percebido cada vez mais a necessidade de investimentos nessa área.

A importância do pequeno negócio

O que exatamente é um empreendimento local? A resposta é fácil: o mercadinho, a padaria da esquina, a lanchonete e a floricultura do seu bairro.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), esses pequenos negócios são a base da economia brasileira: 98% do total das empresas, responsáveis por quase 30% de tudo o que é produzido por aqui.

Esses segmentos ainda contribuem para a metade dos empregos gerados no país, para a distribuição de renda e para o equilíbrio social. Ao comprar no comércio local, o dinheiro tem a tendência de circular mais por aquela região, o que colabora para o desenvolvimento local. 

Se essas empresas locais se fortalecem, elas são estimuladas a inovar e investir na melhora de seus serviços e produtos, trazendo mais opções e gerando mais empregos no próprio bairro.

Como isso afeta o macro

Há vários fatores que interferem no crescimento de um país. Mas, de forma simplificada, podemos dizer que se os empreendimentos locais vão bem, a economia daquela região se desenvolve, e a soma disso alavanca o crescimento de maneira mais ampla.

Como o consumidor ganha

Além de não precisar fazer grandes deslocamentos — quase sempre é possível ir ao centro comercial do seu bairro a pé —, o consumidor ainda costuma ganhar em qualidade.

Ao contrário do que muita gente pensa, clientes que têm o hábito de consumir produtos e serviços vendidos nos pequenos negócios, costumam ficar mais satisfeitos.

Isso porque muitos produtos são feitos de maneira mais artesanal, além da maior probabilidade de o atendimento ser mais personalizado e da boa sensação de estar contribuindo para o crescimento da sua própria região.

Expectativa para 2020 é otimista

De olho em todas essas características, governos, entidades e empresários têm olhado para esse tipo de empreendimento, o que faz com que o nível de confiança na retomada do crescimento nacional aumente.

De acordo com o Estudo Sondagem Conjuntural, divulgado pelo Sebrae, em setembro, o percentual de pessoas otimistas com a melhora da economia aumentou, o que também faz os empreendedores traçarem planos de investimento em seus negócios.

Quando os dados foram divulgados, o presidente da entidade, Carlos Melles, destacou como os pequenos negócios têm alavancado a economia nacional. Segundo ele, mais de 670 mil vagas foram criadas pelas micro e pequenas empresas em 2019, mais do que o total de 2018.

Empreende Bairro é exemplo no Piauí

Iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Teresina, em parceria com o Sebrae, o Empreende Bairro é um exemplo de como os governos podem incentivar o crescimento dessas pequenas empresas.

A proposta do projeto é oferecer cursos, consultorias e capacitação aos empresários locais e, ao final, a realização de uma feira para expor produtos e serviços do bairro Mocambinho, onde a iniciativa está sendo realizada.

A ideia, segundo a prefeitura, é fortalecer a economia da cidade e preparar os empreendedores para os desafios do mercado, melhorando esses negócios e incentivando mais pessoas a empreenderem.

Economia compartilhada é outra aposta

Apesar dos incentivos, o mercado, de forma geral, ainda não dá aos pequenos empresários condições iguais para competir com os grandes. Mas isso muda se eles se unirem.

Cada vez mais em alta, iniciativas que estimulam a economia compartilhada têm sido a saída para fortalecer os empreendimentos locais. 

A internet tem facilitado essa integração de empresas, que trabalham juntas em prol de um interesse compartilhado. A plataforma PontoCom, da startup mineira We Share, por exemplo, foi criada com esse objetivo.

Trata-se de um novo modelo de negócio digital, no qual os comerciantes que fazem parte podem oferecer aos seus clientes também os produtos de outras empresas parceiras. A expectativa é aumentar o faturamento de todas as empresas envolvidas e a praticidade para o consumidor.

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