Encerrada no último dia 29 de maio, um domingo, a 13ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte – o FIT-BH, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC) atraiu cerca de 80 mil pessoas. O evento, que marcou os 22 anos do festival, ofereceu ao público mais de 70 atrações, durante nove dias de atividades. A grade de espetáculos contou com a presença de produções oriundas de países como Argentina, Chile, Escócia, França, Grécia, Itália, Portugal e Ucrânia. Montagens nacionais e locais também contribuíram para fornecer, aos amantes das artes cênicas, uma boa visão do quem vem sendo produzido país afora. Outro ponto alto da programação foi a mostra de espetáculos produzidos pelas escolas de artes cênicas da capital mineira.
Mais uma vez, os espetáculos de rua tiveram destaque, a partir da abertura, com o espetáculo “Les Girafes, Opérette Animalière”, que ocupou a Praça da Estação na noite do dia 20. “As ruas ganharam espaço com a retomada forte do teatro de rua e a experiência urbana com a arte vivificada e no alto grau de contemporaneidade. Essências para o crescimento e a troca de experiências e reflexões entre artistas e deles com o público”, diz o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas de Oliveira. O diretor de Artes Cênicas e da Música da FMC, Jefferson da Fonseca Coutinho, por sua vez, também ressalta o fato de a edição ter reforçado a vocação das ruas da cidade como espaço de permanência e ocupação, “e não só como mero lugar de passagem.”
A 13ª edição do FIT-BH, vale lembrar, se norteou pelo tema resiliência. “Com esse conceito, que permeou todo o processo, encerramos o FIT-BH 2016 com propostas de continuidade das ações para além do evento, mais atentos com a diversidade cultural, sobretudo para a arte negra e para a formação, política central da Fundação Municipal de Cultura”, prossegue Leônidas de Oliveira. Ainda de acordo com o presidente da FMC, “pensar, repensar, compreender com afetividade foram acertos curatoriais que se tornaram realidade com o cuidado da produção”. No cômputo geral, pontua Leônidas, o FIT-BH sai fortalecido. “E a cidade saiu, seguramente, mais feliz.”
Jefferson da Fonseca Coutinho acrescenta que a 13º edição ratificou a capacidade de o festival ser uma iniciativa que privilegia o encontro, bem como sua vocação de lugar de escuta e de convivência. “Foi também um festival de resgate, de reencontro com agentes culturais importantes da história das artes cênicas”. O olhar atento à questão da formação também é ressaltado por Jefferson: “a gente vê fortalecida a questão da formação, nesta reaproximação com as escolas de artes da cidade”.
Além da grade de espetáculos, o FIT-BH se destacou pela seção Projetos Especiais, que se pautou pela diversidade, abrigando atividades como seminários, workshops, mesas de debate, conferências, palestras, lançamentos de livros e documentários, mostra de filmes atrelados ao universo do teatro e muito mais. O aspecto lúdico também não foi esquecido, com a realização das OlimPiadas, do PicNic Dionisíaco ou do Campeonato Interdrag de Gaymada. E houve, ainda, espaço para as artes circenses, inclusive no mais recente espaço cultural da cidade, o Teatro Raul Belém Machado, que abrigou a lona do Circo Atiares.