Ícone do site Por Dentro de Minas (MG)

Barulho em excesso nas grandes cidades é um dos grandes vilões da audição

Os casos de surdez vêm crescendo vertiginosamente por causa da poluição sonora. O barulho diário dos aviões que pousam e decolam de Congonhas, em São Paulo, por exemplo, atinge diretamente mais de 30 mil pessoas que moram em bairros próximos ao aeroporto, como Jabaquara, Moema e Itaim.

Mas não é só perto de aeroportos que o barulho incomoda e causa problemas de saúde. De acordo com a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas, em muitos locais nos grandes centros urbanos, medições de ruído mostram alarmantes 90 decibéis! O nível máximo de conforto é de 55 decibéis no período diurno e de 50 decibéis no período noturno. “Nessa intensidade de 90 decibéis, após quatro horas diárias de exposição, o indivíduo terá sua acuidade auditiva afetada”, explica.

Embora haja protestos de moradores de bairros próximos a aeroportos, no cotidiano as pessoas parecem estar a cada dia mais resignadas ao barulho em excesso, dentro e fora de casa. Resultado: estão aumentando os casos de surdez. A perda auditiva vem  acontecendo cada vez mais cedo e não só na velhice, como há tempos atrás.

Devido ao estresse causado pelo ambiente barulhento, o indivíduo pode também sentir dor de cabeça, problemas estomacais, insônia e aumento da pressão arterial, além de danos à audição.

“No caso de perda auditiva, como existem pessoas mais suscetíveis aos altos ruídos do que outras, o ideal é consultar um médico otorrinolaringologista, fazer um exame chamado audiometria para detectar se já existe algum grau de perda auditiva e obter as instruções necessárias para prevenir ou impedir o agravamento do problema”, orienta a fonoaudióloga.

Quem mora em grandes cidades percebe o quanto incomoda o barulho do trânsito, de uma buzina, de uma obra. O pior é que, dentro de casa, muitas vezes, o som alto das TVs, rádios e outros aparelhos é prática corriqueira, que também pode afetar a audição. As lesões no sistema auditivo dependem do tipo e da intensidade do som , bem como da predisposição de cada indivíduo.

Na maioria das vezes, o uso de aparelho auditivo devolve a capacidade de ouvir. Mas quando a indicação é o uso de prótese para audição, alguns pacientes se sentem punidos por isso. “Em muitos casos, quando a pessoa procura tratamento, o caso já está mais grave. A perda de audição acontece de maneira lenta e progressiva e, com o decorrer dos anos, a deficiência atinge um estágio mais avançado”, explica a fonoaudióloga da Telex, especialista em audiologia.

Cabe ao fonoaudiólogo indicar qual tipo e modelo de aparelho é indicado para atender às necessidades do deficiente auditivo. O aparelho será então regulado para tornar os sons audíveis e confortáveis para o paciente.

Isabela Carvalho conclui com um alerta importante. “A perda auditiva induzida por ruído é cumulativa. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo. Os efeitos podem não ser sentidos de imediato e a percepção do problema auditivo pode vir tarde demais. A exposição frequente ao barulho, desde a infância, pode levar, com o tempo, à perda permanente e irreversível da audição”.

 

Fonte Sonora Nível em Decibéis
Vento balançando folhas suavemente 10 dB
Jardim Silencioso 20 dB
Quarto Silencioso 30 dB
Violino tocando muito baixo 30 dB
Música tocando baixo 40 dB
Conversa em tom normal 60 dB
Aparelho de Ar Condicionado a 6 metros 60 dB
Voz Humana a 1 metro 70 dB
Campainha do telefone 70 dB
Aspirador de Pó 80 dB
Caminhão Pesado a 15 metros 90 dB
Sirene de polícia 90 dB
Caminhão de coleta de lixo 100 dB
Serra Circular 100 dB
Bate estacas 110 dB
Banda de Rock, Discoteca 120 dB
Buzina de carro 120 dB
Jato na decolagem 140 dB
Limiar da Dor 140 dB

 

Comentários
Sair da versão mobile