Ferramentas tecnológicas e o cruzamento de dados da investigação cientifica são temas que farão parte da rotina do curso de formação dos 1.000 novos investigadores aprovados no último concurso, realizado em 2014. Com a pedagogia voltada para o serviço de inteligência na investigação e aplicação dos direitos humanos na atividade policial, o curso teve sua estreia nesta segunda-feira (15/2), na Federação Israelita, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte.
“Ser policial requer, antes de tudo, disposição para servir às pessoas, sem julgamentos, com profissionalismo e absoluto respeito à dignidade”, discursou a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Andrea Vacchiano, durante a solenidade de abertura.
De acordo com o diretor da Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Acadepol), delegado Anderson Alcântara, a grade curricular do curso foi criada pela Divisão Psicopedagógica, com a abordagem na investigação tecnológica e científica, além da sensibilização com os direitos humanos. Tudo pensado com objetivo de preparar o novo policial civil para lidar com a investigação, com precisão e olhar humanizado.
Ainda segundo o diretor, o curso de formação foi enriquecido com seminários e palestras, com realização até a próxima quinta-feira (18/2), na Igreja da Lagoinha (Rua Manoel Macedo, 360, Lagoinha). Para este propósito, foram convidados juristas, assistentes sociais, comunicólogos, profissionais de Direitos Humanos, entre outros profissionais. Em destaque, estão temas como “O papel da polícia no enfrentamento do racismo e antissemitismo”; “Diferentes perspectivas nos direitos humanos” e “Relação entre polícia e mídia”.
Outra novidade relembrada na solenidade foi a recente inauguração do Centro de Treinamento e Ação Policial Delegado Elson Matos (TAP), na Acadepol. “O espaço reproduz situações de enfrentamento no cotidiano do policial civil. São realizadas, por exemplo, aulas de táticas para o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão, combate, entrada e progressão em ambientes fechados”, completou o delegado.
O curso terá duração de cinco meses, com aulas teóricas e práticas, na Acadepol, localizada no bairro Nova Gameleira. As aulas serão ministradas por diversos profissionais do quadro da Polícia Civil, entre delegados, peritos, médicos legistas e escrivães.
Perfil dos investigadores
A faixa etária predominante entre os 1.000 novos investigadores nomeados é de 26 a 35 anos. Cerca de 55% são do sexo masculino. Além disso, mais de 900 candidatos moram em Minas Gerais, sendo 43% residentes na capital. Entre os nomeados, 438 têm formação em Direito e 56% possuem dois cursos superiores ou especialização e/ou mestrado.
Durante o concurso, 10% das vagas foram oferecidas a pessoas com deficiência, observada a exigência de compatibilidade para as atribuições do cargo. Nos casos em que não houve candidatos nesse perfil, as vagas foram preenchidas por outros aprovados, observada a ordem de classificação.
Investigação tecnológica
Um exemplo da realidade de investigação no estado é a utilização da biotecnologia no combate à criminalidade. Minas Gerais é o terceiro maior colaborador para a inserção de dados de perfil genético em geral (DNA) de criminosos – além de vestígios e aqueles relacionados a pessoas desaparecidas – na rede nacional denominada RIBPG (Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos), utilizada pelas polícias de todo o território nacional.
A gestão do banco de dados é feita pelo Instituto de Criminalística (IC) de Minas Gerais, por meio de seu Laboratório de DNA Forense.