A conexão de máquinas, sensores e sistemas industriais à rede ampliou a eficiência operacional, mas também criou brechas de segurança difíceis de enxergar e ainda mais difíceis de corrigir

Usinas de energia, terminais logísticos, fábricas automatizadas e ambientes industriais operam com uma premissa clara: parar não é uma opção. Ainda assim, nos últimos anos, esses mesmos ambientes passaram por uma transformação silenciosa. Máquinas antes isoladas começaram a se conectar a redes corporativas, sistemas de supervisão ganharam acesso remoto e dados de operação passaram a circular fora dos limites tradicionais da automação.
Esse movimento trouxe ganhos evidentes de eficiência, controle e integração. Ao mesmo tempo, abriu um novo campo de risco. A convergência entre Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia de Automação (TA) criou uma superfície de ataque que muitas organizações ainda não conseguem mapear com precisão.
Diferentemente de ambientes corporativos tradicionais, a infraestrutura crítica foi desenhada para operar, não para se defender. Protocolos industriais, sistemas SCADA e dispositivos IoT industriais priorizam disponibilidade e previsibilidade. Segurança, quando existe, costuma ser mínima. O resultado é um ambiente altamente sensível a falhas, no qual um incidente cibernético pode se transformar rapidamente em impacto físico, financeiro e regulatório.
Por que ambientes industriais são mais difíceis de proteger?
Em operações críticas, a segurança precisa conviver com restrições que não existem no ambiente corporativo tradicional. Sistemas industriais foram projetados para operar de forma contínua, com baixa tolerância a mudanças, atualizações ou interrupções. Esse cenário se torna ainda mais complexo quando ambientes de automação passam a se conectar a redes corporativas e à internet.
Para a T2Sec, empresa brasileira especializada em cibersegurança para sistemas críticos e altamente disponíveis, esse é um dos pontos mais sensíveis da convergência entre TI e automação. Como parceira Palo Alto Networks no Brasil, a empresa atua na implementação de soluções capazes de trazer visibilidade e controle a ambientes industriais, incluindo redes OT, sistemas SCADA e dispositivos conectados, sem interferir na operação contínua.
“Muitas empresas conectaram seus ambientes industriais sem ter clareza do que estava sendo exposto. O risco não é teórico. É operacional”, afirma a companhia, que atua em ambientes que operam 24 horas por dia.
Quando um incidente deixa de ser digital
Em setores como energia e logística, um ataque não significa apenas indisponibilidade de sistemas. Pode representar interrupção de fornecimento, falhas em processos de controle, multas regulatórias e impacto direto na continuidade do negócio. Por isso, a segurança em ambientes críticos exige uma abordagem diferente, mais próxima da operação do que da TI tradicional.
Casos como os de Diamante Energia e Sinop Energia ilustram esse desafio. Em ambientes SCADA, a necessidade de disponibilidade contínua convive com exigências rigorosas de conformidade e auditoria. A proteção precisa ser implementada de forma cuidadosa, respeitando as particularidades da automação e garantindo visibilidade sem interferir nos processos produtivos.
Como proteger sem interromper?
O ponto central não está em replicar modelos corporativos dentro da indústria, mas em adaptar a segurança à realidade operacional. Isso envolve identificar dispositivos conectados, compreender padrões de comunicação industrial e aplicar controles capazes de detectar comportamentos anômalos sem bloquear operações legítimas.
“A segurança em infraestrutura crítica precisa ser quase invisível. Ela monitora, valida e responde, mas não interfere no funcionamento do processo”, explica a T2Sec, que atua com implementação, suporte técnico e monitoramento contínuo em ambientes de missão crítica.
Esse tipo de abordagem exige especialização técnica e experiência prática. Pequenos erros de configuração podem gerar impactos desproporcionais. Por isso, empresas que operam infraestrutura essencial têm buscado parceiros capazes de compreender tanto o ambiente industrial quanto os requisitos de segurança cibernética.
Um desafio que não pode ser adiado
A convergência entre TI e automação é irreversível. A digitalização da indústria, do setor elétrico e da logística continuará avançando, impulsionada por eficiência, integração e necessidade de controle em tempo real. Ignorar os riscos criados por essa conexão é aceitar vulnerabilidades invisíveis em ambientes que não admitem falhas.
A segurança em ambientes críticos deixou de ser um tema restrito à tecnologia. Tornou-se uma questão de continuidade operacional, governança e responsabilidade. Para organizações que sustentam serviços essenciais, enxergar esses riscos e tratá-los com a devida maturidade já não é uma escolha estratégica. É uma exigência do próprio negócio.
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