A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) alerta para o aumento das estatísticas da seguintes ocorrências, registradas no Hospital João XXIII (HPS), no período do Carnaval: intoxicações por álcool, abuso de drogas sintéticas e medicamentos, e acidentes decorrentes destes excessos, como lesões graves provocadas por mergulho em águas rasas, afogamentos, acidentes de trânsito e quedas.
No Carnaval de 2018, foi registrado um aumento de 1.328% no atendimento de intoxicações e 25% no atendimento geral do hospital em relação às mesmas datas de 2017 (dias comuns), tendo sido atendidos 25 casos de intoxicação por álcool. Na semana seguinte, de sexta a quarta-feira, não foi registrado nenhum caso.
As consequências do consumo excessivo de álcool durante o Carnaval vão desde ressacas leves e intoxicação aguda pelo álcool, até aumento de violência doméstica, abusos, quedas e acidentes automobilísticos, muitas vezes com vítimas fatais.
De acordo com o médico clínico geral e plantonista do HPS, Guilherme Donini Armiato, o tipo de bebida não é o fator mais importante para causar intoxicação aguda por álcool. “O que realmente faz diferença é a quantidade e a frequência que a pessoa bebe. Cerveja e vinho não são menos perigosos que as bebidas destiladas”, ressalta.
O Hospital João XXIII também tem registrado aumento no atendimento a usuários de novas drogas ilícitas, como a N-etilpentilona, também conhecida como efilona. O coordenador da CIATox-MG (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais – HJXXIII), Adebal Andrade Filho, alerta que estas drogas, consumidas geralmente em festas, têm levado a intoxicações graves.
Os efeitos são semelhantes aos da cocaína, com sintomas que podem incluir palpitações, taquicardia, hipertensão, agitação, comportamento agressivo, convulsões, alucinações e morte. “Usuários de drogas recreativas devem estar cientes de que correm um risco substancial, uma vez que este composto tem efeitos mais potentes e podem induzir a complicações cardiovasculares e neurológicas, e levar a consequências fatais”, avisa.
Afogamentos
Nos casos de afogamentos envolvendo adultos, um dos principais fatores que potencializam as chances da ocorrência de acidentes é a ingestão de álcool e ou outras drogas. Do mesmo modo, quem não sabe nadar e se aventura a entrar na água está se expondo ao risco. O uso de álcool também faz com que o adulto diminua a supervisão sobre as crianças.
O tempo de submersão da vítima de afogamento é determinante. O cérebro resiste a apenas três minutos sem oxigenação. Após esse tempo, a possibilidade de lesões neurológicas é grande. No caso de parada cardíaca, os danos podem ser ainda maiores.
Dicas de prevenção
– Informe-se, com o guarda-vidas, sobre o melhor lugar para o banho;
– Obedeça a sinalização: bandeiras vermelhas indicam alto risco de afogamento;
– Antes de mergulhar, certifique-se da profundidade;
– Mantenha atenção constante às crianças;
– Evite bebidas alcóolicas e alimentos pesados;
– Não superestime sua natação;
– Não tente salvar alguém se você não tem condições;
– Não nade em locais isolados;
– Caso esteja em alguma embarcação, use o colete salva-vidas;
– Em caso de tempestade, permaneça longe da água.
Mergulho em águas rasas
Paraplegia (paralisia das pernas), tetraplegia (paralisia de braços e pernas) e problemas neurológicos (traumatismo crânio encefálico) são as consequências mais graves dos acidentes que envolvem o mergulho em água rasa. O grupo mais suscetível a esses tipos de traumas são as crianças, os adolescentes e os adultos com até 30 anos de idade.
Um mergulho mal calculado pode ser suficiente para deixar uma pessoa paralisada pelo resto de sua vida. Acidentes dessa natureza costumam, com frequência, estarem relacionados ao consumo de álcool e/ou drogas, o que faz com que a pessoa perca completamente a capacidade de julgamento quanto aos riscos a que está se expondo.
Dicas de prevenção
– Não mergulhe em locais desconhecidos;
– Informe-se sobre a profundidade do local onde pretende nadar.
– Entre primeiro no local, sem mergulhar;
– Evite brincar de empurrar amigos para dentro de lagos, poços, cachoeira ou mar;
– Não consuma álcool ou drogas.
Acidentes de Trânsito
O tipo de lesão decorrente de acidentes com veículos automotores é muito variável, mas os traumatismos cranioencefálicos (TCE), fraturas múltiplas, incluindo as na coluna vertebral, além de traumatismos abdominais e torácicos, são mais frequentes. As sequelas de traumas graves variam, podendo ir de uma incapacidade para realizar determinado movimento até sequelas neurológicas graves de cognição e raciocínio, tetra e paraplegia, coma ou mesmo estado vegetativo.
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