Com a pandemia da covid-19, muitos processos seletivos para as universidades foram adiados ou postergados, sendo realizados em data futura ou parcialmente online. Com a interrupção das aulas e a indefinição sobre o novo coronavírus, muitos alunos estão correndo em busca do tempo perdido e precisam não apenas de recuperar o conteúdo mas também de motivação para seguirem adiante e conquistarem a tão sonhada vaga.
O professor de história Cássio Luige leciona em um pré vestibular de Belo Horizonte, capital mineira e se tornou viral nas redes sociais através de vídeos onde aparece em sala de aula motivando seus alunos através de esquetes cênicas bem humoradas e inusitadas a vencer os desafios e superar os concorrentes no vestibular e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): “Adaptabilidade e criatividade são, sem sombra de dúvidas, as duas maiores exigências do século para qualquer profissional que queira destacar-se no mercado de trabalho ou nos estudos. Vivemos em mundo extremamente fluido e se manter estático me parece ser a pior opção. Nessa pandemia, por exemplo, precisei me adaptar a rotina de aulas online, algo que eu ainda não havia feito e mais uma vez levar o meu trabalho para além de um professor tradicional.”
Uma voadora na concorrência
Conhecido em Belo Horizonte pelas suas ‘voadoras’ e os golpes de luta encenados em sala de aula, o professor compara o vestibular a um campo de batalha e motiva seus alunos a vencer: “Nesta analogia de comparar os estudantes a guerreiros, eles precisam lutar. Lutar estudando. Num dia, falando sobre essa luta, dizia aos estudantes que precisam ‘bater’ nos concorrentes através da excelência em suas notas. Dei socos e chutes no ar e, no calor do momento, me aventurei a fazer uma voadora. Alguns alunos gravaram e o vídeo circulou em grupos de Whatsapp e Stories no Instagram e se tornaram virais. Depois disso, sempre que entro em sala, os alunos pedem para que eu faça as voadoras em algum momento. Eu sempre espero o melhor momento, ensinando que a voadora é o golpe que precisam dar nos concorrentes através da sua qualificação. É necessário me desdobrar como cantor, ator e até lutador de artes marciais com minhas famosas voadoras, pois a adaptabilidade também é crucial.”
O professor conta que isso é importante para quebrar também o gelo e manter os alunos interessados no conteúdo: “Lembro-me que quando eu estudei em pré-vestibular, tive professores extrovertidos, que tornavam as aulas interessantes e nada enfadonhas, ao ponto que a gente tinha mais vontade de aprender e absorver melhor o conteúdo. Algumas aulas pareciam um show de stand up de tão engraçadas. Desse modo, enxerguei uma perspectiva diferente para um professor naquele espaço e me espelhei nestes exemplos para motivar os meus alunos a conquistar suas vagas nas melhores universidades. Uma sala de aula de pre-vestibular tem, em média, 150 pessoas e o mais importante é conseguir que o aluno se engaje e se envolva para aprender. Sendo assim, estou sempre em busca de estratégias que possam ganhá-los. Não posso deixar que ele se perca numa aula enfadonha e repetitiva.”
Empatia como ferramenta para superar o déficit educacional
Usando de empatia, o professor Cássio relata que através do seu método procura não apenas ensinar, mas se pôr no lugar do aluno e ajudá-lo a chegar ao seu objetivo: “Tenho convivido com os meus alunos de perto, visto os seus medos e a falta de confiança em si mesmos diante do grande desafio de aprender em um ano de vestibular tudo o que deveria ter sido aprendido numa vida inteira de estudos. Há um grande déficit educacional no nosso país, de modo geral, até mesmo nas grandes capitais. Muitos dos meus alunos vêm do interior para a capital, passam o ano sozinhos aqui e estão no pré-vestibular com uma grande esperança de mudar de vida. Por isso nossa atuação vai além de um passador de conteúdos, porque o aluno está confiando em mim como alguém que tem as chaves para a porta que ele quer entrar. Preciso ajudá-lo a achar essas chaves e a se sentir capaz de encontrá-las.”
Novos horizontes e mundo dos negócios
A postura de Cássio diante dos desafios no campo educacional levaram o professor a se adaptar também a uma outra realidade, o mundo corporativo. Hoje além de dar aulas, Cássio também é diretor financeiro de um renomado salão de beleza na capital mineira: “A vida nos apresenta muitos desafios e por isso hoje desenvolvo meu trabalho de gestor num salão de beleza, onde a adaptabilidade também é crucial. Levo comigo a mesma filosofia da sala de aula, de fazer cara de guerreiro, de ir para a guerra pronto para vencer.”
A opinião do professor é que não se deve esperar a volta à normalidade e sim manter o ritmo e se capacitar para o hoje: “Deixo um alerta para quem está esperando a vida voltar ao normal, pois, a vida está acontecendo neste exato momento. Quem está aproveitando este tempo para estudar, e se preparar para os processos seletivos terá uma enorme vantagem.”
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