A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito que apurou o homicídio do empresário Maurício Miranda Silva, de 47 anos, morto a tiros no dia 1º de junho do último ano, no bairro Grã Duquesa, em Governador Valadares. Durante as investigações, foi apurado que o crime teria sido encomendado pelo próprio sócio da vítima. Este e outros três homens estão presos preventivamente.
No dia do homicídio, o empresário foi surpreendido ao sair da casa dele, localizada na Rua Fausto Perim, no Grã Duquesa, sendo atingido com três disparos de arma de fogo. Na época, a esposa de Maurício disse aos policiais que o empresário era dono de uma transportadora de gado e tinha dívidas com bancos e agiotas que totalizavam mais de R$ 100 mil e, por isso, ele era ameaçado pelos credores.
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem (29), o Delegado Luciano Cunha de Lima deu detalhes sobre a prisão dos quatro suspeitos: Wesley Grossi Martins Quintão, de 35anos, Pedro Matheus Anastácio de Oliveira, 22, Douglas Ribeiro Schneider, de 35, e Vandré Maurício dos Anjos, 27, que foram indiciados e permanecem presos preventivamente.
De acordo com o Delegado Luciano, a vítima tinha uma vida bem-sucedida e acabou contraindo dívidas. “Ele era dono de uma transportadora de gado na cidade, chegando a ter uma frota de 16 caminhões e acabou ‘metendo os pés pelas mãos’ ao contrair muitas dívidas. Ele (a vítima) estava com uma situação financeira bastante delicada, devendo muitas pessoas, além de dívidas trabalhistas. Estava devendo fornecedores, aluguel do galpão e, ainda, agiotas”, esclareceu o Delegado, que afirmou que as investigações partiram, inicialmente, desses dados.
Ainda de acordo com o Delegado, Douglas Schneider, em seu depoimento, chegou a mencionar que Maurício havia contraído dívidas no nome do suspeito. “Em comum acordo, Maurício, por ter contraído muitas dívidas e não estar passando credibilidade para as pessoas, afastou-se da direção da empresa e deixou o Douglas tomando conta da empresa, porém os dois tinham um atrito por causa de um caminhão que pertencia a Douglas e foi dado para pagar as dívidas de Maurício a um terceiro”, esclareceu o Delegado.
Durante as investigações, para total surpresa do Delegado, uma pessoa se apresentou dizendo ser o autor do assassinato de Maurício. “Tenho 26 anos de Polícia Civil e nunca vi isso. No dia 6 de março, recebi uma ligação do Escrivão Alexandre, que trabalha comigo na Delegacia de Homicídios, e estava de plantão, falando que tinha uma pessoa se apresentando como o autor do homicídio do empresário Maurício Miranda. Fui até a delegacia e me deparei com Vandré, que contou que também estava enfrentando crise financeira quando ele conheceu Wesley Grossi e que, sabendo dos problemas financeiros de Vandré, chamou-o para um ‘trabalho que poderia aliviar sua crise financeira’, então disse que tinha um amigo que tinha interesse que uma pessoa fosse morta. De imediato, Vandré perguntou qual seria o valor, tendo Wesley respondido que seria R$ 3 mil, Vandré respondeu que por esse valor não faria”, disse o Delegado sobre o depoimento de Vandré.
Com isso, Wesley Grossi foi até Douglas, que então ofereceu R$ 5 mil, valor este aceito por Vandré. Após aceita a oferta, Vandré foi de encontro ao outro indiciado, Pedro Matheus. Sendo assim, os dois foram até a Rua Fausto Perim, onde residia a vítima, pois o plano era surpreender Maurício enquanto ele saía de casa. No transcorrer das investigações, foi verificado que tanto Wesley quanto Douglas sabia da rotina da vítima, entretanto, quando Pedro e Vandré perceberam que a rua era muito movimentada, eles pediram valor maior pela execução, que chegou ao montante de R$ 10 mil. Nesse ínterim, o acordo é feito e o empresário é assassinado na porta da casa dele.
Vandré afirmou, ainda, que resolveu se entregar e contar toda a verdade por se sentir culpado, uma vez que viu a esposa e o filho da vítima dizendo que ficaram desamparados. “Vandré não tinha antecedentes e trabalhava em dois empregos. Depois que prendemos Pedro Mateus, Wesley e Douglas, Vandré se entregou à Polícia Civil, em Juiz de Fora”, concluiu o Delegado. Os quatro indiciados, por homicídio duplamente qualificado, permanecem presos e, caso condenados, podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.
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