A Polícia Civil de Minas Gerais, em Santa Bárbara, concluiu nova fase de investigações que envolvem a Câmara de Vereadores do município. Segundo o Delegado responsável pelas investigações, Domiciano Monteiro, as apurações complementares são referentes a crimes praticados pelo grupo político liderado pelos ex-presidentes da Câmara Municipal José Ladislau e Frederico Magalhães.
“Já foi concluído inquérito que demonstra que os delitos, como dispensas ilegais de licitações, peculatos e fraudes em licitações, foram praticados por essa organização criminosa, desviando dinheiro da Câmara Municipal e realizando escolha por motivos particulares daqueles que viriam a ser agraciados com contratos públicos, num valor de aproximadamente duzentos mil reais”, explicou o Delegado.
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“Mesmo tendo ciência do Inquérito que apurava crimes naquele órgão, José Ladislau e Frederico Magalhães, pressionados pela oposição para exonerar a chefe de gabinete Maria Aparecida, contra quem havia vindo à tona compras particulares realizadas com recursos da Câmara Municipal, o fizeram. Contudo, Frederico determinou que o novo chefe de gabinete, Willian da Silva Mota, deveria repassar metade do seu salário para sua antecessora, como forma de calá-la, para que não denunciasse os crimes do grupo de que ela tinha ciência, principalmente fraudes realizadas em licitações”, completou.
“Foi criada por José Ladislau uma comissão para apurar internamente desvios no órgão, que, na verdade, não apurava nada. Tinha como objetivo proteger os envolvidos e concluiu que houve mero equívoco de Maria Aparecida ao indicar, no momento das compras, o nome da Câmara Municipal e não dela própria, deixando ainda de levantar os valores devidos e de ouvir as pessoas envolvidas que trariam mais informações. Maria Aparecida sequer apresentou defesa, que foi feita pelo então assessor jurídico do órgão Eustáquio Januário Ferreira, pai de Frederico. O próprio Eustáquio depois, em acordo com José Ladislau, expediu R$8.750 em verbas de diárias em seu nome, sem realizar viagens, usando parte desse valor como se estivesse restituindo em nome de Maria Aparecida o prejuízo apurado aos cofres públicos”.