No início desta semana foram presos no bairro Palmital, em Santa Luzia, João Carlos Ferreira (conhecido como “João Bala”), de 51 anos, e Breno Gomes Ferreira (o “Breninho”), de 22, pai e filho. Já Phelipe Carneiro Vieira (o “Lanterna”), de 25, cunhado de Breno e genro do João Carlos, foi detido em Capelinha pela equipe da Delegacia de Homicídios de Santa Luzia com o auxílio da Delegacia Regional de Capelinha. Além dos três suspeitos presos, uma quarta pessoa foi identificada durante as investigações como também executor do crime contra a vítima.
Cleiton Dias dos Santos (“Calanguinho”), de 22, seria o quarto envolvido em participar da morte de Eluan e foi assassinado semanas após o crime, no dia 07 de outubro. Outros grupos criminosos que atuam na localidade e regiões próximas do homicídio se revoltaram com a forma violenta com que os investigados executaram a vítima e teriam ordenado retaliações, sendo que Cleiton teria sido executado com aproximadamente 38 tiros, fato ainda em apuração.
Levantamentos indicam que Eluan possuía um desentendimento antigo com “João Bala”, em razão da disputa por um terreno na região do Gávea II, Vespasiano, divisa com Santa Luzia. O litígio acabou gerando um registro posterior de tentativa de homicídio de indivíduos ligados a João Carlos contra indivíduos ligados a Eluan e vice-versa.
Familiares da vítima informaram que em razão do uso contínuo de drogas e predisposição genética, Eluan desenvolveu doenças psíquicas, sofrendo surtos esporádicos, com duração variável, ocasiões em que agredia familiares, insultava e ameaçava transeuntes. Notícias davam conta que, durante esses surtos, Eluan se dizia o “dono” da região e que esse comportamento já estaria incomodando João Carlos – tio de um ex-chefe do tráfico na região – e os indivíduos ligados a ele – atuais chefes -, incluindo Breno e Phelipe.
O homicídio ainda teria como motivação outra rixa entre João Carlos e outro traficante identificado como “Fabinho das antenas”, em razão de uma apreensão de 15 submetralhadoras apreendidas pela Polícia. O fato gerou um prejuízo aproximado de R$ 100 mil a “Fabinho”, sendo que João Carlos é quem teria passado a informação dos armamentos para a Polícia. A vítima Eluan estava à época ligado a “Fabinho”, que teria ordenado a execução de João Carlos e o filho, Breno.
Na data dos fatos, Eluan, que estava em posse da machadinha e de uma faca, tentou agredir Breno, que foi alertado por Phelipe. Na seqüência, Breno, Phelipe e Cleiton, desarmaram Eluan e iniciaram as agressões contra ele, utilizando as próprias armas que a vítima portava para executá-la.
De acordo com a Delegada responsável pelo caso, Adriana Rosa, a vítima teria sido agredida de forma cruel, segundo informações, com uma machadinha, uma faca e uma barra de ferro. “As agressões teriam se iniciado em uma festa no bairro e terminado próximo a residência de Breno. A perícia identificou vários sinais de defesa, sugerindo que a vítima fora agredida por um longo período de tempo. Populares informaram que os autores tentaram arrancar o olho da vítima e a decapitar, porém sem sucesso. Muitas lesões foram encontradas na face, cabeça e pescoço, corte extenso no pescoço e perfuração no crânio. Lesões estas que sinalizam agressões cruéis”, concluiu.
Todos os suspeitos já possuíam passagens pela policia, dentre eles, pelos crimes de homicídio, uso e tráfico de drogas, ameaça, vias de fato, lesão corporal, estelionato, roubo, falsa identidade, receptação, infrações de trânsito, incêndio e porte ilegal de arma de fogo. Durante as diligências foram apreendidas uma espingarda calibre .20, um coldre para revólver, quatro munições calibre .20, quatro armas brancas e quatro aparelhos celulares.