As investigações conduzidas pela Polícia Civil, iniciadas em razão da morte de duas adolescentes e da tentativa de assassinato de uma terceira, resultaram no indiciamento de quatro homens por homicídios tentado e consumados, e de outras seis pessoas pelo crime de corrupção de menores para prostituição.
Na noite do dia 17 de novembro, Aline Maria Silva, de 18 anos, e Saila Kalinda da Silva, de 16, foram torturadas e mortas, após participarem de uma festa promovida em um sítio, no bairro Vianópolis, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Uma terceira adolescente, de 15 anos, chegou a ser atingida por um disparo de arma de fogo, mas conseguiu sobreviver ao simular que estava morta.
Lúcio Rodrigues Pereira Neto (preso em flagrante no dia 20 de novembro), Renato Henrique de Almeida; Osmar Amaral Ferreira (conhecido como Lulu), eWaldisley Kenupe de Souza (o Val), foram indiciados pelo duplo homicídio consumado e por um tentado, qualificados por motivo fútil, tortura e feminicídio.Renato, Osmar e Waldisley irão responder também pelo crime de sequestro. Um quarto envolvido nos fatos ainda não foi identificado.
Entre os indiciados por aliciamento de menores para prostituição e por fornecer bebida alcoólica a adolescente estão Wendel Vieira (filho do proprietário do sítio); Waldisley Kenupe de Souza (o Val); Eduardo Ferreira de Souza (o Negão); Zilmar Pereira Tavares (o Batata); Rogério Gomes da Costa (o Pacau) e Vicente Teodoro Azevedo (o Nonô ou Coronel).
Segundo o delegado responsável pelo inquérito policial Rodrigo Rodrigues, vítimas e suspeitos teriam discutido antes do crime. “O motivo do desentendimento seria porque as vítimas insinuaram que as companheiras dos autores Renato e Lulu, ainda não identificadas, teriam subtraído a quantia de R$ 70,00 da vítima Aline”, contou o delegado.
Esquema de prostituição
Conforme apurado pela Polícia Civil, adolescentes eram aliciadas em um bairro de Contagem para participarem de orgias sexuais, regadas a álcool e drogas, em Betim. O responsável pela organização das festas, que aconteciam de segunda a sexta-feira, com participação de homens de idades variadas, eraWaldisley Kenupe. Os valores cobrados pelos programas variavam entre 150 e 300 reais.
No dia do crime, Renato Henrique e Osmar conhecidos pelo tráfico de drogas no bairro Riacho, em Contagem, foram convidados para participarem da festa. Eles chegaram no fim da noite e, em determinado momento, iniciaram a discussão com as jovens. Indignados, os suspeitos ligaram para outros dois comparsas, entre eles Lucio Rodrigues, para que levassem armas para a execução do crime. Waldisley teria prestado apoio aos suspeitos, retardando a saída das meninas do local da festa.
Levantamentos indicam que as adolescentes foram rendidas pelos suspeitos e obrigadas a entrarem no carro com eles. No caminho, as jovens foram torturadas pelo grupo. A vítima tentada foi a primeira a ser atingida. Ela foi ferida com um tiro no peito, que transfixou nas costas. Pensando que a jovem teria morrido, os suspeitos seguiram com as outras adolescentes alguns quilômetros à frente, até que fossem executadas.
De acordo com o delegado, os traficantes foram convidados a participarem da festa por Eduardo Ferreira, que já concorreu ao cargo de governador de Minas Gerais, assim como à Prefeitura de Contagem.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.