A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na noite desta segunda-feira (20), Lucio Rodrigues Pereira Neto, de 19 anos. Ele é suspeito de envolvimento na morte de duas adolescentes, Aline Maria Silva, de 18 anos, e Saila Kalinda da Silva, de 16, crime ocorrido na última sexta-feira (17), em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Uma terceira vítima, de 15 anos, chegou a ser atingida por um disparo de arma de fogo, mas conseguiu sobreviver ao simular que estava morta. Outros três suspeitos de participação nos homicídios ainda são procurados.
Esquema de prostituição
Já no início das investigações, três pessoas foram identificadas e presas pelo crime de corrupção de menores para prostituição. Conforme apurado, antes dos homicídios, as vítimas participaram de uma festa promovida em um sítio, no bairro Vianópolis, em Betim.
No local, adolescentes eram aliciadas para participação em orgias sexuais, regadas a álcool e drogas, organizadas por Waldisley Kenupe de Souza, preso no último sábado. As festas aconteciam de segunda a sexta-feira, com participação de homens de idades variadas. Os valores cobrados pelos programas variavam entre R$150 e R$300.
No dia do crime, Renato Henrique de Almeida, de 27, e Osmar Amaral Ferreira, de 26, conhecidos pelo tráfico de drogas no bairro Riacho, em Contagem, foram convidados para participarem da festa. Eles chegaram no fim da noite e demonstraram interesse pelas vítima, que negaram o programa sexual. Os suspeitos estavam acompanhados por outros dois comparsas, entre eles Lucio Rodrigues.
Levantamentos indicam que as adolescentes foram rendidas pelos suspeitos e obrigadas a entrarem no carro com eles. No caminho, as jovens foram torturadas pelo grupo. A vítima tentada foi a primeira a ser atingida. Ela foi ferida com um tiro no peito, que transfixou nas costas. Pensando que a jovem teria morrido, os suspeitos seguiram com as outras adolescentes alguns quilômetros à frente, até que fossem executadas.
De acordo com o Delegado responsável pelo inquérito policial Rodrigo Rodrigues, os traficantes foram convidados a participarem da festa por Eduardo Ferreira, que já concorreu ao cargo de governador de Minas Gerais, assim como à Prefeitura de Contagem. Um tenente coronel reformado da Polícia Militar também foi identificado como frequentador do sítio e colabora com as investigações. Os dois foram ouvidos e liberados.
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