Um romance contrariando tradições ciganas seria a motivação para o homicídio de uma jovem em Itaúna, no centro oeste de Minas Gerais. Essa é a conclusão da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre o homicídio de Geiziane Fernanda da Silva Matos, de 28 anos, assassinada com 11 disparos de arma de fogo, no dia 20 de julho de 2014, naquela cidade.
Em razão desse crime, foram presos na última semana, na cidade de Quissamã, estado do Rio de Janeiro, Nilson da Costa, de 56 anos, e Cristiano Soares da Costa, de 26, pai e filho. Luciana Soares da Costa, de 29 anos, filha de Nilson, também é suspeita de envolvimento no crime, porém, ela ainda não foi localizada.
Conforme explicou o Delegado que coordenou o inquérito policial, Emerson Morais, por tradição, os casamentos ciganos só acontecem entre membros da mesma cultura. O conflito entre suspeitos e vítima teria iniciado quando um dos filhos de Nilson, o jovem Anderson da Costa, se envolveu com Geiziane, que não era cigana.
Mesmo casado, Anderson enfrentou o grupo declarando o seu relacionamento com a jovem. Diante dos fatos, a família do rapaz passou a ameaçar a vítima, que relatou as coações ao amante. No entanto, Anderson não aceitava o término da relação, ameaçando, segundo relatos, deixar a moça em uma cadeira de rodas, caso ela decidisse deixá-lo.
No dia do crime, Geiziane estava em um bar, acompanhada de Anderson, quando Luciana chegou e iniciou uma discussão com a vítima. Irritada de ver o irmão com a jovem, a suspeita ligou para os familiares informando a situação.
Pai e filho já chegaram ao bar atirando contra Geiziane, que morreu com 11 disparos de arma de fogo, sobretudo nas regiões do abdômen e membros inferiores. Durante ação criminosa, uma pessoa que estava no bar também foi atingida, mas não morreu.
Os suspeitos viviam há cerca de seis anos em um acampamento no distrito de São José dos Salgados, que pertence a Carmo do Cajurú (centro oeste de MG). Após o crime, o grupo cigano dispersou para várias outras cidades de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Anderson, testemunha ocular do crime, também foi vítima de homicídio, no final de 2016, na cidade de Divinópolis. A suspeita é de que o assassinato, que está sob investigação, tenha motivação financeira.
Nilson já tinha antecedentes criminais por outro homicídio, cometido contra a sogra do filho Anderson, em Maringá/PR, e uso de documento falso em Jundiaí/SP. Contra Cristiano consta registro por estupro de vulnerável, em Itaúna.