O depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza à Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte, dentro do processo de delação premiada que ele fechou com a corporação, durou três horas nesta sexta-feira, 18. O advogado de Valério, Jean Kobayashi, disse ter tomado conhecimento de tentativas de cooptação nesta sexta-feira, no testemunho do cliente à PF. “Acho que estamos no caminho certo. Se tem gente fazendo isso, quer dizer que têm a ver com tudo o que falamos (na delação).”
Valério teria dados sobre o mensalão mineiro. De acordo com o delegado regional de Combate ao Crime Organizado em Minas Gerais, Marcílio Miranda, o empresário foi intimado a depor porque a polícia identificou, em serviço de inteligência, que citados no acordo de delação tentariam cooptar testemunhas visando atrapalhar a colaboração.
Marcos Valério foi condenado a 37 anos de prisão por envolvimento no mensalão, e é réu no processo do mensalão mineiro. Como parte da proposta de delação, o empresário, que cumpria pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi transferido para um estabelecimento prisional, a Associação de Proteção e Amparo ao Condenado (Apac), em Sete Lagoas, em 18 de julho.
A proposta de colaboração, que possui cerca de 60 anexos (cada um revelaria uma irregularidade) envolvendo políticos do PSDB e PT, foi recusada pelo Ministério Público.
Segundo o delegado, o depoimento desta sexta de Marcos Valério será enviado na segunda-feira, 21, ao STF para que seja anexado à delação feita pelo empresário.