Apesar da taxa de desemprego estar elevada (1º tri.17 14,5% / 1º tri.16 13,0% PNAD IBGE), o comércio varejista da capital mineira começa a demonstrar sinais de recuperação. Prova disso é que as vendas apresentaram leve crescimento de 0,68% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Mai.17/Mai.16). De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci, este crescimento tem uma base restrita de comparação, que é maio de 2016. “Entretanto, a inflação e os juros começaram a desacelerar, o que pode vir a impactar de forma positiva a renda das famílias. E com mais recursos, as pessoas podem voltar ao mercado de consumo”, explica.
Na comparação anual (Mai.17/Mai.16), os setores que apresentaram melhor desempenho nas vendas foram: drogarias e cosméticos (+1,97%); artigos diversos que incluem acessórios em couro; brinquedos; óticas; caça; pesca; material esportivo; material fotográfico; computadores e periféricos e artefatos de borracha (+1,57%); supermercados (+1,37%); vestuário e calçados (+1,34%); papelaria e livrarias (+0,61%); móveis e eletrodomésticos (+0,53%). Os setores que apresentaram queda foram: material elétrico e construção (-0,31%) e veículos e peças (-1,44%).
Comemoração do Dia das Mães ajudou a aquecer as vendas
Já na comparação com o mês anterior (Mai.17/Abr.17), o índice real de vendas apresentou crescimento de 0,59%. O presidente da CDL/BH explica que este resultado é efeito sazonal, pois em maio comemora-se o Dia das Mães, fazendo com que o mês seja uma base forte de comparação.
Os setores que apresentaram resultados positivos nas vendas nesta base de comparação foram: vestuário e calçados (+1,63%); supermercados (+1,10%); móveis e eletrodomésticos (+0,63%); drogarias e cosméticos (+0,47%); material elétrico e de construção (+0,30%); papelarias e livrarias (+0,27%) e artigos diversos (+0,18%). O setor de veículos e peças apresentou queda de 0,38%.
Desemprego impacta nas vendas
No acumulado deste ano (Jan.Mai.17) em relação a 2016 (Jan.Mai.16), o varejo apresentou queda de 0,05%. O presidente da CDL/BH explica que a retração é em função do aumento da taxa de desocupação. “A população está comprometida com custos básicos e prefere adiar sua decisão de compra, principalmente dos bens considerados supérfluos, para evitar futuras dívidas”, esclarece. “Mas, é importante ressaltar que a desaceleração das vendas está diminuindo, pois em 2016 a queda foi de 1,56%”, complementa.
Nesta base de comparação, entre 2016 e 2017,o único setor que apresentou crescimento nas vendas foi o de drogarias e perfumarias (+1,25%). As quedas dos demais setores ficaram assim distribuídas: material elétrico e de construção (-0,01%); vestuário e calçados (-0,01%); móveis e eletrodomésticos (-0,07%); papelarias e livrarias (-0,20%); artigos diversos (-0,25%); veículos e peças (-1,04%) e supermercados (-1,61%).
Queda também no comparativo dos últimos 12 meses (Jun.16-Mai.17/Jun.16-Mai.16)
Nos últimos doze meses corridos o varejo acumulou queda de 1,29%. Para Bruno Falci, esse resultado é fruto do cenário econômico adverso, enfrentado durante todo o ano de 2016, com os juros e inflação altos, e taxa de desemprego elevada. “No entanto, a economia interna começa a dar sinais de melhora com os indicadores macroeconômicos, como o PIB, apontando crescimento (0,5%/2017 e previsão de 2,5%/2018). Esse fator possibilitou a retomada da confiança dos agentes econômicos, que impacta positivamente no investimento produtivo, gerando emprego, renda e aquecendo o consumo”, afirma. “No entanto, a instabilidade no quadro político, após as denúncias de corrupção, resultou em uma queda do indicador de confiança do empresário, que passou de 50,7 para 43,5 pontos. Esse resultado pode adiar a recuperação econômica”, completa.