Que cultura e turismo andam de mãos dadas já é sabido. Ainda mais numa cidade com tantas e diversas riquezas culturais, como Belo Horizonte, aproveitar esse potencial é uma das metas para o crescimento do turismo. Pensando nisso, Belotur e Fundação Municipal de Cultura elaboraram um plano em conjunto que prevê o envolvimento de grupos culturais tradicionais como indutores de turismo na cidade. Sendo assim, grupos conhecidos, como o Corpo e o 1º Ato, Grupo Galpão, Tambor Mineiro, Clube da Esquina, Giramundo Teatro de Bonecos, Ateliê Fernando Pacheco, entre outros, estão sendo inseridos numa agenda positiva para que possam trabalhar e explorar melhor seu potencial turístico.
Na prática, o trabalho elaborado pela Belotur e FMC consiste em consultoria e articulação, que auxilia estes grupos na estruturação mais adequada de seus espaços físicos e de suas programações para receberem visitantes, treinamentos e capacitações de empreendedorismo na área do turismo, em parceria com o Sebrae (MG), além de uma intensa articulação com a cadeia produtiva do segmento, que coloca os grupos culturais em contato mais próximo com agências de viagem, guias, plataformas de venda de turismo de experiência, hotéis etc., a fim de gerar sustentabilidade e rentabilidade para os grupos culturais.
Outra ação tem sido a inserção destes espaços em roteiros de viagens de imprensa especializada e grupos de operadoras e agências de viagem e o incentivo à exploração de suas marcas como de interesse turístico. “Estamos impulsionando ícones culturais de Belo Horizonte, que têm potencial para serem grandes indutores de visitantes à cidade. São marcas já estabelecidas e aprovadas pelo público, muito conhecidas mundo afora e que carregam Belo Horizonte junto. Cabe ao Poder Público apenas mostrar a importância deles no cenário turístico da cidade e auxiliá-los a buscarem caminhos para se efetivarem como atrativos turísticos. O mais difícil eles já fizeram, que é se sustentar por tanto tempo e construir uma história de muito sucesso”, salienta o diretor de Promoção e Marketing da Belotur, Gustavo Mendicino.
Para o analista do Sebrae (MG), Renato Lana, Belo Horizonte é uma cidade criativa por natureza justamente porque tem na veia a verve cultural. “A prova disso é o nosso Carnaval, que hoje é um dos principais do país, uma realidade da nossa economia criativa. Precisamos aproximar os empreendedores da cultura aos do turismo, pois isso significa unir inovação e criatividade com a ponta do mercado. Essa integração faz da economia criativa belo-horizontina geradora de negócios para o turismo. E agrega valor à experiência de quem consome, que sejam os belo-horizontinos ou os próprios turistas”, analisa Lana.
Gisele Milagres, coordenadora-geral do Galpão Cine Horto vê com bons olhos a iniciativa. “Através dessa interlocução com a Prefeitura, estamos potencializando a troca de experiências com o público em geral. Com isso, estamos sistematizando e profissionalizando a visitação ao Galpão Cine Horto, recebendo pessoas que possuem interesse em conhecer um pouco do que são os bastidores do espetáculo, da história do Galpão, das nossas ferramentas e bonecos”, explica.
“A iniciativa da Prefeitura de munir grupos culturais com informações técnicas do turismo e de Belo Horizonte, por meio de palestras da Belotur, e, por outro lado, a capacitação de empreendedorismo do Sebrae estão sendo muito importantes para que cresçamos juntos, unindo as cadeias produtivas do turismo e da cultura em prol da cidade”, pontua Tito Fernandes, produtor do Giramundo Teatro de Bonecos.
Com todo esse esforço, esses grupos culturais passaram a entrar na agenda turística da cidade, com roteiros de visitação que podem ser agendados. Veículos de comunicação de repercussão nacional já estão trabalhando pautas, visitando os espaços, para divulgarem para todo o país esse novo turismo de experiência cultural belo-horizontino.
Agências de turismo de Belo Horizonte já estão visitando os espaços desses grupos culturais, para que tenham novas opções de promover Belo Horizonte lá fora. “O objetivo do turismo de experiência é proporcionar imersão na identidade de cada destino. Vivenciar os grupos culturais, tendo acesso aos atores da nossa cultura e momentos de interação que geram emoção, conhecimento e um maior engajamento com o público é elemento fundamental para o desenvolvimento deste segmento como atrativo turístico”, comenta Fernanda Maia, diretora da Experience Infinity, especializada em turismo de experiências.
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