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Salões subterrâneos revelam o outro lado das belezas de Minas

Não é preciso ser um especialista em Arqueologia ou Espeleologia para desvendar segredos e belezas, escondidos sob a terra em Minas Gerais. Nem mesmo um turista ao melhor estilo “caçador de tesouros”.

Com a chegada do período de férias, um momento de folga é a oportunidade certa para os amantes da natureza e aventureiros fazerem uma visita aos patrimônios naturais do estado e conhecer a diversidade existente no interior de suas cavernas e grutas.

Segundo dados do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), há 6.303 cavidades registradas em Minas Gerais, incluindo grutas, cavernas, abrigos e lapas.

Nem todas as grutas têm potencial para visitação turística, seja pela sua localização e dificuldade de acesso, seja pelas suas características espeleológicas que podem demandar um isolamento, ou ainda pela falta de segurança devido às condições naturais.

Mas em 11 unidades de conservação estaduais, sob gestão do Instituto Estadual de Florestas (IEF), há grutas abertas à visitação, sendo as principais no Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, Monumento Natural Estadual Peter Lund, Parque Estadual do Sumidouro e no Parque Estadual Lapa Grande.

O MN Peter Lund, localizado no município de Cordisburgo, é o que recebeu mais visitas em 2016. Segundo o IEF, até o mês de novembro foram registradas 43.842 visitas.

Principal atrativo do monumento natural, a Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasileira. Possui sete salões com belíssimas formas arquitetônicas, esculpidas pelo trabalho da água durante milênios, que encantam e instigam a imaginação dos visitantes. Abrigam, ao longo de 650 metros, belas esculturas naturais e estalactites de diversas formas no teto da caverna.

“Foi um passeio maravilhoso. A gruta é muito bonita e conta com uma infraestrutura excelente, pois tem guia, é bem iluminada e tem bons lugares para caminhar”, diz a estudante Raquel Freitas, de 21 anos, que visitou a Gruta de Maquiné.

Raquel, que também já visitou outras grutas em Minas Gerais, considera importante a atenção e a preservação dada aos monumentos. “Além de serem espaços lindos, nos deixam próximos à natureza que é o nosso maior bem”, comenta.

No ranking da visitação, em seguida encontra-se o Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, com registro de 33.470 visitantes. No local está a Gruta da Lapinha, descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund.

Lapinha abriga nos 511 metros de extensão oito salões que podem ser visitados e recebem nomes relacionados às características das formações rochosas, encontradas em diferentes partes da gruta.

O terceiro monumento mais visitado é a Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, que registrou a entrada de 18.728 visitantes. Impressiona pela sua dimensão de 998 metros de extensão, onde são encontradas estalactites e estalagmites raras em todo o mundo.

A Rei do Mato é considerada por especialistas uma gruta “viva”, já que está em contínuo processo de formação, devido à ação da água. Na Grutinha, que fica ao lado da Rei do Mato, existem pinturas rupestres, feitas com sangue e gordura vegetal, que datam de 6 mil anos.

Cuidados necessários
Para apreciar tanta beleza é preciso estar ciente dos cuidados que devem ser tomados. As formações rochosas não podem ser tocadas, pois, uma vez interrompido o seu processo de formação, serão necessários milhões de anos para nova formação.

É indicado o uso vestuário confortável e calçados fechados. As visitas devem ser feitas com o acompanhamento de um guia para evitar possíveis acidentes e proporcionar uma maior compreensão sobre os atrativos e preservação. Alimentos, por exemplo, também não são permitidos no interior das grutas.

O diretor de Unidade de Conservação do IEF, Henri Collet, enfatiza a importância das visitações. “As visitas são uma excelente oportunidade de divulgação e proteção destes espaços. Além disso, o visitante adquire conhecimento sobre outras espécies e sobre as diversas formações dos espeleotemas. É uma beleza ímpar e precisamos cuidar destes patrimônios”, diz.

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