A Polícia Civil de Minas Gerais, em Belo Horizonte, concluiu dois inquéritos que resultaram na prisão de Alan Alex Junio Santos Silva, suspeito de estelionato, e de Charley Clovis Santos e Deyse Vieira Costa, responsáveis por aplicar mais de 50 golpes em agências bancárias somente neste ano. As prisões ocorreram em duas operações distintas.
Vida de luxo
Após denúncia de uma possível vítima de um golpe imobiliário, a Polícia Civil passou a investigar Alan Alex Junio Santos Silva, que estaria residindo em um flat de luxo na região do condomínio Vila da Serra, em Nova Lima. Durante operação, os policiais civis acompanharam negociação entre a vítima e o suspeito, que foi preso em posse de R$350. O dinheiro seria um adiantamento que o suspeito solicitava para locação de um sítio de alto padrão na região de Esmeralda, porém o imóvel não existia.
Ao ser interrogado, Alan apresentou a versão de que o imóvel pertencia a sua família. Depois, admitiu o golpe, informando ainda que a conta para depósito pertenceria a uma pessoa que não tinha conhecimento dos golpes. A polícia apurou que a conta bancária seria de outra vítima, que foi ludibriada quando o suspeito sublocou um imóvel na região do bairro São Bento. Alan receberia os aluguéis através de transferência eletrônica, forma que utilizou para ter acesso à conta e promover o segundo golpe.
Operação Weekend
A operação teve como objetivo combater uma prática que tem se tornado comum em agências bancárias da cidade, conhecida como golpe do chupa-cabra. Segundo as investigações, Charley Clovis Santos e Deyse Vieira Costa foram responsáveis por mais de 50 golpes neste ano. Ao todo, estima-se um prejuízo de mais de R$ 100 mil.
O esquema consistia em quatro etapas: a instalação do dispositivo chupa-cabra; aplicação do golpe; obtenção de dados dos clientes e saque dos valores nas contas das vítimas. Para a instalação do dispositivo, os suspeitos procuravam caixas eletrônicos sem biometria, inserindo papéis dentro do terminal. Em seguida, o chupa-cabra era instalado nos leitores de cartão, onde também eram fixadas as etiquetas adesivas contendo números de telefones falsos para que a vítima ligasse e solicitasse o bloqueio do cartão.
O chupa-cabra impede que o cartão entre por completo no leitor, fazendo com que o terminal travasse o cartão na máquina. Assim, a máquina alega defeito no cartão e a vítima fica impossibilitada de retirá-lo.
Uma vez instalado o dispositivo, os suspeitos aguardavam a vítima, preferencialmente idosos. Assim que o cartão era retido, um suspeito se aproximava e orientava a ligar para o número de telefone falso afixado no terminal.
Quando a vítima ligava, era atendida por um cúmplice dos suspeitos, que solicitava todos os dados da vítima, inclusive senha bancária. Após o repasse dos dados, a vítima era informada para se retirar e que um funcionário faria a remoção. Neste momento, os suspeitos na agência retiravam o chupa-cabra e conseguiam o cartão.
De posse do cartão e dados da vítima, os investigados realizavam saques e compras rápidas com cartões em crédito ou débito. Com os presos, a polícia apreendeu diversos cartões, dispositivos e etiquetas utilizadas nos golpes.
A PCMG alerta os cidadãos para preferirem terminais com leitura biométrica, jamais fornecer senha nem mesmo ao próprio banco, usar os canais comuns de atendimento em casos extremos e nunca aceitar ajuda de terceiros em situações adversas.
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