A Polícia Civil investiga, desde o dia 26 de junho (domingo), o desaparecimento da adolescente Ana Paula de Carvalho Lopes, de 15 anos. Três unidades policiais trabalham, de forma ininterrupta, para elucidação do caso: a 3ª Delegacia de Polícia Civil em Nova Lima, que atende a área onde os fatos ocorreram, o Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) e a Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD).
No dia 25 de junho, por volta das 17h15, Ana Paula saiu de casa, a pé, em direção a um ponto de ônibus na BR-040, próximo à portaria C do Condomínio Lagoa do Miguelão, em Nova Lima, onde mora com os pais, que são caseiros. Ana Paula vestia um casaco preto, calça escura, e usava uma bolsa pequena, cor-de-rosa.
No ponto de ônibus, ela aguardaria o pai de uma amiga, que a levaria para uma festa em um haras na região do Alphaville. A polícia acredita que entre 17h30 e 17h35 a adolescente tenha chegado ao ponto de ônibus, considerando a caminhada que foi feita até o local. Às 17h42, ela foi vista por vigilantes do condomínio, que fazem rondas diárias e registram o horário das mesmas.
Às 17h47, o circuito interno de um ônibus que trafegava na BR-040 registrou imagens de um carro, que a polícia acredita ser um modelo sedan médio, prata, parado no ponto de ônibus. O carro arranca e as imagens mostram que não há mais ninguém no ponto. Às 17h55, o pai da amiga de Ana Paula chega ao ponto de ônibus, e ela não está no local. Ele, então, entra em contato com a mãe da menina, questionando o paradeiro da adolescente, e também procura no condomínio, mas não a encontra.
Na manhã do dia seguinte ao desaparecimento, a mãe de Ana Paula procurou a polícia. Desde então, a polícia vem realizando diversas diligências, entre verificação de cenários, coleta de depoimentos e análise de ligações telefônicas. Foi feito o levantamento da vida pregressa de Ana Paula, assim como suas relações com a família, os amigos, os possíveis namorados e as redes sociais. De acordo com o que foi apurado, ela tinha uma excelente vida em casa, nada que levasse a uma possível fuga. Por isso, não há uma definição clara do que tenha acontecido, e a polícia não descarta nenhuma hipótese: desaparecimento, sequestro, homicídio ou fuga.
“Não nos foi possível provar nada de concreto que motivasse o sumiço voluntário dela”, aponta a delegada regional de Nova Lima, Valéria Decat. “Aproximadamente 21 pessoas já foram ouvidas e outras ainda podem ser. Esse é um caso complexo, mas todas as denúncias estão sendo checadas, conclui o delegado da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Lima, Fernando Marins.
Outras duas unidades policiais entram no caso
Na manhã de segunda-feira, 27 de junho, uma colega de escola de Ana Paula, que não possuía intimidade com ela, recebeu uma ligação de um homem, dizendo que estava com a amiga dela. Ele pede um resgate no valor de R$ 5 mil, a serem depositados em uma conta da Caixa Econômica Federal. Mas, de acordo com o que foi apurado pela Polícia Civil, tudo não passou de uma infeliz coincidência, e a ligação nada mais era do que um golpe de falso sequestro.
“Estamos fazendo todas as diligências, algumas sigilosas, outras não. Nada nos trouxe até um provável indicativo de onde ela esteja”, acrescenta o delegado chefe do Deoesp, Ramon Sandoli.
Dois fatores, no entanto, dificultam a explicação do que tenha ocorrido de fato com a adolescente. O fato de que não havia testemunha no local, e o fato de que não há câmeras de circuito interno próximas ao ponto de ônibus. Após o desaparecimento, também, o celular de Ana Paula foi desligado e não foi ligado novamente, desde então. Também não foi habilitado nenhum outro número para o aparelho da menina.
A delegada Elizabeth Freitas, da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, ressalta a importância da divulgação à polícia de qualquer informação que seja relevante ao caso. “Quem tiver alguma informação, pode entrar em contato pelo número 0800 28 28 197, da Polícia Civil. A ligação é anônima e qualquer tipo de informação repassada será preservada. Em caso de desaparecimento, é muito importante que a família ou qualquer outra pessoa não divulgue qualquer número particular. Esse número funciona exclusivamente para atender ligações de casos de desaparecimento”. A ligação é gratuita.
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