Mudanças no ritmo de vida e no padrão de alimentação, associados ao sedentarismo, são algumas causas responsáveis pelo excesso de peso. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e mais de 700 milhões obesos. Já o número de crianças com sobrepeso e obesidade, no mundo, pode chegar a 75 milhões de casos. Para o Dr. Amândio Soares, oncologista do Oncomed BH, a obesidade, em si, já representa diversos riscos para a saúde, porém, “ainda mais alarmante é saber que esses fatores estão diretamente relacionados ao câncer”, diz.
Segundo estudo publicado na revista científica Lancet, em 2014, a obesidade está relacionada a vários tipos de câncer, dentre eles o câncer de intestino grosso, o câncer de mama – mulheres obesas têm um risco 1,5 vezes maior de desenvolver a doença, na pós-menopausa – o câncer de endométrio (camada fina do útero – responsável pela menstruação), o câncer de rim, o câncer de vesícula biliar, o câncer de esôfago, o câncer de ovário, o câncer de fígado, a leucemia e o câncer de tireoide.
O sobrepeso e a obesidade não estão relacionados apenas ao câncer, mas, também, a outras doenças. “Diabetes, doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial, acidente vascular cerebral, podem ser derivadas do excesso de peso. E, ainda, é importante lembrar que a obesidade pode reduzir a expectativa de vida”, afirma o oncologista.
Relacionando obesidade e câncer, as recomendações feitas para conter a ocorrência da doença envolvem alertas contra o sedentarismo e o consumo exagerado de alimentos com alto valor calórico e/ou gorduras, que, de acordo com o Dr. Amândio Soares, são os grandes vilões. Mas é possível combater esses males com a prática de atividades físicas. “Além de serem altamente relevante na promoção do bem-estar físico e emocional, os exercícios, favorecem a redução da taxa de obesidade”, complementa o oncologista.
A atenção também deve estar voltada para a alimentação. “Consumir frutas, verduras, legumes e cereais integrais que contêm nutrientes, tais como vitaminas, fibras e outros compostos, são importantes para auxiliar as defesas naturais do corpo a destruírem os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células”, explica o médico. As fibras não devem ser deixadas de lado. Dr. Amândio Soares esclarece que, apesar de não serem digeridas pelo organismo, elas ajudam a regularizar o funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de substâncias cancerígenas com a parede do intestino grosso.
Por fim, o médico faz um alerta. “É sempre importante lembrar que os bons hábitos devem ser estimulados desde a infância, incentivando as crianças a se familiarizarem com alimentos que fazem bem a saúde e exercícios físicos”, conclui.