Dentre os muitos tipos de câncer que atingem as mulheres, um em especial tem crescido e se tornando um problema constante enfrentado pelos médicos oncologistas: o câncer no colo do útero. Atualmente, em incidência, a doença está atrás apenas do câncer de mama e do colorretal, alertando a população e os especialistas da sua gravidade.
Também conhecido como cervical, o câncer de colo de útero acontece por meio da infecção genital causada pelo papiloma vírus humano, o HPV. Essa infecção é muito frequente após as relações sexuais e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, podem ocorrer alterações celulares que evoluem para um câncer.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, o INCA, são estimados cerca de 16.340 novos casos da doença no Brasil em 2016. As maiorias dos casos ocorrem antes dos 50 anos de idade.
De acordo com o doutor Armândio Soares, médico oncologista da Oncomed BH, a relação com múltiplos parceiros é um dos principais fatores de risco. “O vírus HPV e os comportamentos relacionados à atividade sexual favorecem a sua infecção. Desta forma, o início precoce da vida sexual, a existência de múltiplos parceiros sexuais, a história clínica de doenças sexualmente transmissíveis e o relacionamento sexual com parceiro promíscuo, devem ser considerados fatores de risco para a doença”, afirma.
Estudos comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas, por um ou mais tipos de HPV, em algum momento de suas vidas. Por isso, o doutor Armândio Soares alerta com relação à prevenção.
“O uso do preservativo (camisinha) é recomendado em todas as relações sexuais como método preventivo, mas ele sozinho não é capaz de evitar completamente a contaminação. Atualmente, existem duas vacinas contra HPV aprovadas e que estão disponíveis comercialmente e nos postos de saúde. Mas não há, até o momento, evidência científica de benefício estatisticamente significativo em vacinar mulheres previamente expostas ao HPV. Isso quer dizer que algumas mulheres podem se beneficiar e outras não”, explica o médico oncologista.
Assim, um dos melhores meios de se prevenir é fazendo o exame preventivo do câncer do colo do útero, conhecido como Papanicolaou, que é a principal estratégia para detectar lesões precursoras. “Por meio dele o diagnóstico da doença tem sido mais precoce, isto é, no estágio denominado in situ, quando o tumor ainda não se tornou invasivo. Isso ajuda no tratamento e diminui significativamente o número de vítimas da doença. Por isso a sua importância”, finaliza.
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