O leilão simplificado da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e São Paulo, conhecido como Fernão Dias, deve ter a participação de três grupos interessados na nova concessão: Arteris, Motiva (antiga CCR) e o Grupo EPR. As propostas foram entregues nesta segunda-feira (8) na B3, e os envelopes serão abertos nesta quinta-feira (11).
Essa é a primeira otimização contratual da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, de fato, atrai competição. Nos modelos anteriores, os contratos renegociados acabaram sendo mantidos pelas próprias concessionárias, sem disputa.
A nova concessão da Fernão Dias, que abrange cerca de 569 km entre Minas e São Paulo, prevê investimentos de R$ 15,3 bilhões até 2040, sendo cerca de R$ 9,5 bilhões em obras e R$ 5,4 bilhões em serviços operacionais. Entre as intervenções previstas para os próximos dez anos estão a construção de 108 km de faixas adicionais, 14 km de marginais, 62 novas melhorias de acesso, 29 passarelas, além de túneis e passagens de fauna.
A Arteris, atual responsável pelo trecho desde 2008, disputará o leilão com a Motiva, hoje o maior grupo de infraestrutura de mobilidade do país e com a EPR, que administra seis concessões rodoviárias em Minas Gerais. Caso a Arteris não apresente a melhor proposta, terá direito a uma indenização de R$ 295 milhões.
Diferentemente de leilões tradicionais do setor, o processo da Fernão Dias não teve a participação de grupos estrangeiros, mas atraiu pesos-pesados do mercado nacional. A Motiva, por exemplo, passou recentemente por uma reestruturação financeira após vender 20 aeroportos, incluindo o de Confins e o da Pampulha.
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Já o Grupo EPR amplia sua presença em rodovias mineiras e também avalia participar do leilão da Rota Gerais, lote das BR-116 e BR-251 entre Montes Claros e Governador Valadares, previsto para março de 2026.
A otimização contratual da Fernão Dias foi construída a partir de um acordo entre ANTT, Ministério dos Transportes e Arteris, mediado pela Secex Consenso do Tribunal de Contas da União (TCU). O acerto visava corrigir lacunas da concessão original, que não previa regras claras para ampliação de capacidade diante do aumento do tráfego.
Como a nova disputa atraiu concorrência, o acordo deixa de garantir a permanência automática da Arteris. Agora, a continuidade da empresa dependerá de apresentar a menor tarifa de pedágio respeitando as obrigações previstas no contrato.
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