Único trem de passageiros em operação diária no Brasil, o Trem Vitória–Minas, operado pela Vale, percorre cerca de 664 quilômetros entre Minas Gerais e Espírito Santo e vai muito além de uma simples opção de transporte. Em funcionamento há mais de um século, a ferrovia conecta 42 municípios ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ligando histórias, famílias e economias locais.

O trajeto acompanha grande parte do Rio Doce, cruza áreas urbanas, regiões industriais, cidades históricas e pequenos distritos que, em muitos casos, têm no trem sua principal forma de deslocamento. A viagem entre Belo Horizonte (MG) e Cariacica (ES) dura cerca de 13 horas e é considerada uma das mais belas rotas ferroviárias do país.
Cidades atendidas em Minas Gerais
Em território mineiro, o trem atravessa polos mineradores, centros industriais e cidades históricas. São 31 municípios atendidos: Aimorés, Antônio Dias, Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Belo Horizonte, Belo Oriente, Catas Altas, Caeté, Congonhas, Conselheiro Pena, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Ipatinga, Itabira, Itueta, João Monlevade, Mariana, Naque, Nova Era, Periquito, Ouro Branco, Ouro Preto, Resplendor, Rio Piracicaba, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia, Santana do Paraíso, São Gonçalo do Rio Abaixo, Timóteo e Tumiritinga.
Esse trecho concentra o maior movimento da EFVM e tem forte impacto social e econômico no cotidiano dos moradores.
Cidades atendidas no Espírito Santo
No Espírito Santo, o trem segue pelo Vale do Rio Doce até a Região Metropolitana da Grande Vitória, passando por 11 municípios:
Aracruz, Baixo Guandu, Cariacica, Colatina, Fundão, Ibiraçu, João Neiva, Santa Leopoldina, Serra, Vila Velha e Vitória.
O ponto final da viagem é a Estação Pedro Nolasco, em Cariacica, onde a paisagem dá lugar ao litoral capixaba.
Um elo entre dois estados
Há mais de 100 anos, o Trem Vitória–Minas é um dos principais eixos de integração entre Minas Gerais e Espírito Santo. Para milhares de pessoas, ele segue sendo:
- Um meio de transporte acessível e seguro;
- Uma alternativa econômica para longas distâncias;
- Um símbolo da memória ferroviária brasileira;
- Um fator estratégico para o desenvolvimento regional.
Mesmo diante das discussões recentes sobre mudanças operacionais e ajustes de horários, o serviço diário continua essencial para quem vive ao longo da ferrovia.
Paisagens e experiência de viagem
Embora não seja classificado como trem turístico, o percurso atrai passageiros interessados na experiência de viajar sobre trilhos. Montanhas, áreas de mata preservada, rios e pequenas cidades transformam o trajeto em um passeio único pelo interior dos dois estados.
Anualmente, cerca de 700 mil passageiros utilizam o serviço. A ferrovia, inaugurada em 1904 para o transporte de café, hoje divide os trilhos com trens de carga que transportam minério de ferro, grãos e outros produtos.
Como comprar passagens
As passagens podem ser adquiridas pelo site da Vale, pelo aplicativo Trem de Passageiros (iOS e Android) ou em pontos de venda ao longo da ferrovia. O pagamento pode ser feito em dinheiro, cartão ou Pix, com opção de parcelamento em até seis vezes.
Na classe econômica, há duas passagens gratuitas para idosos e duas para jovens de baixa renda por viagem. Crianças de até cinco anos não pagam. Mesmo os bilhetes gratuitos devem ser retirados previamente.
O bilhete é nominal, com possibilidade de alteração de nome até 24 horas antes do embarque. Cancelamentos podem ser feitos até seis horas antes da partida, com multa de 5%. Remarcações têm multa de 20% a partir de três horas antes da viagem.
Estrutura e conforto
Os trens contam com ar-condicionado ajustado a 23 °C, monitores de vídeo, sistema de entretenimento, detectores de fumaça e bebedouros refrigerados. Os vagões foram fabricados na Romênia e começaram a operar em 2014.
Cada composição possui, em média, 16 carros, incluindo um vagão-lanchonete e um restaurante com 32 lugares. O cardápio oferece opções que vão de lanches rápidos a pratos típicos da culinária mineira. Há ainda carrinhos de lanche circulando pelos vagões e estruturas adaptadas para pessoas com deficiência, com elevadores e poltronas específicas.
Mais do que um meio de transporte, o Trem Vitória–Minas segue como um dos últimos trilhos vivos do país, preservando a história ferroviária e conectando vidas entre Minas e Espírito Santo.
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