Vídeos de câmeras de segurança revelam que Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, pediu socorro repetidas vezes enquanto era brutalmente agredida por funcionários do estabelecimento Rei do Pastel, na avenida Getúlio Vargas, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. As imagens são da madrugada de 23 de outubro.

Embora os registros não mostrem diretamente os golpes, o áudio captado pelas câmeras indica que Alice gritou por ajuda pelo menos cinco vezes. Entre os pedidos, é possível ouvir barulhos compatíveis com pancadas. Em um dos trechos, ela implora: “Socorro. Alguém me ajuda. Me ajuda, amigo.”
Enquanto a vítima é atacada, um dos homens pressiona o pagamento de uma dívida de R$ 22, cobrado de forma agressiva: “Vai pagar o ‘trem’? Vai ou não vai? Dá o dobro? Paga o bagulho, então, desgraça.”
Viatura da PM passou durante os gritos de socorro
As imagens também mostram que, às 00h48, uma viatura da Polícia Militar passa pela avenida exatamente no momento em que Alice clama por ajuda: “Polícia, me ajuda aqui!”
Seis segundos depois, ela repete o pedido. Apesar disso, os policiais não pararam ou se aproximaram do local onde a agressão acontecia.
A PM ainda não esclareceu se os militares ouviram o pedido de socorro ou perceberam a situação.
Motociclista tentou intervir
Em outro momento, um motociclista percebe as agressões e tenta intervir. Ele é imediatamente intimidado por um dos agressores: “Oh, motoca… não envolve em situação que você não tem nada a ver, não. Acaba sobrando pra você também.” Apesar da ameaça, o motoboy permanece e ajuda a acionar socorro.
Após o espancamento, Alice foi levada ao UPA Centro-Sul, onde recebeu analgésicos e anti-inflamatórios e foi liberada. Três dias depois, buscou atendimento no Hospital Unimed, onde novamente recebeu medicação e indicação de cirurgia no nariz. Ela retornou ao hospital em 7 de novembro e permaneceu internada até 9 de novembro, quando morreu.
A Polícia Civil aponta que as agressões resultaram em complicações que levaram à morte da mulher trans.
Suspeitos estão em liberdade
Os dois funcionários do Rei do Pastel identificados como suspeitos seguem em liberdade. A Polícia Civil informou que não divulgará se pediu a prisão deles para não atrapalhar a investigação, que segue sem apontar envolvimento de outras pessoas.
Testemunhas relataram que Alice foi perseguida pelos funcionários ao sair da lanchonete. Ela teria afirmado que já havia pago a conta, mas estava embriagada e desorientada. Pouco depois, foi violentamente espancada até a chegada do motoboy, que ajudou a acionar o Samu.
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