Promessa de trabalho no exterior termina em prisão para arquiteta mineira no Camboja

O que começou como uma oportunidade de emprego internacional terminou em tragédia para a arquiteta mineira Daniela Marys Costa Oliveira, de Belo Horizonte. A brasileira, de 37 anos, foi condenada a dois anos e seis meses de prisão no Camboja, após ser, segundo a família, vítima de um esquema de tráfico humano e recusar-se a participar de golpes on-line no Sudeste Asiático.

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Daniela está presa há cerca de oito meses e teria sido flagrada com drogas em sua residência, mas parentes afirmam que o flagrante foi forjado. A decisão judicial foi publicada nesta quarta-feira (12) e ainda cabe recurso.

De Minas ao Sudeste Asiático

A arquiteta deixou Belo Horizonte no fim de janeiro deste ano em busca de uma vaga de telemarketing no Camboja, atraída pela promessa de salários altos e boas condições de trabalho. Antes de viajar, ela havia morado por alguns meses em João Pessoa (PB).

De acordo com familiares, até fevereiro a comunicação era constante, mas em março as conversas passaram a apresentar sinais de manipulação, com mensagens enviadas por supostos golpistas que se passavam por Daniela. A família acredita que ela descobriu a fraude ao chegar ao país e, ao tentar deixar o emprego, foi presa sob acusação de posse de entorpecentes.

Prisão e condenação

Daniela está detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey, no Norte do Camboja, uma unidade conhecida por superlotação e más condições, segundo reportagens da imprensa local. A brasileira teria tido pedido de exame toxicológico negado, o que, para os parentes, impossibilita comprovar sua inocência.

O julgamento ocorreu no dia 23 de outubro, e a sentença foi lida nesta quarta (12). A arquiteta foi considerada culpada por uso e posse de drogas. Apesar da condenação, a defesa ainda pode recorrer.

Situação em prisões cambojanas

Reportagens de veículos locais indicam que as prisões no país operam com mais de 200% da capacidade e que cerca de 75% dos detentos permanecem presos preventivamente, sem julgamento formal. A família de Daniela pede apoio do Itamaraty e de organismos internacionais para tentar reverter a decisão e trazê-la de volta ao Brasil.