Pai de santo e policial civil é preso em BH por suspeita de abuso sexual

Um pai de santo que também atua como policial civil em Belo Horizonte foi preso na última quarta-feira (19), suspeito de praticar uma série de crimes sexuais e outras violações dentro do espaço religioso onde atendia. A ação foi conduzida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), responsável por investigar ilícitos cometidos por servidores da própria corporação.

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Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão, direcionados a Henrique Vorcaro Garcia, de 54 anos, e Flávia Miriam Lima, apontada como sua assistente. A mãe do policial também é investigada. As apurações envolvem possíveis crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual, extorsão, ameaça, lesão corporal, entre outros.

De acordo com as vítimas, os crimes ocorriam durante atendimentos espirituais apresentados como “rituais de limpeza energética”. Mulheres relataram ter sido submetidas a toques íntimos e relações sexuais forçadas. Há depoimentos que citam a participação de Flávia nas ações.

Uma das denúncias mais graves aponta que uma vítima sofreu queimaduras após ter álcool e fogo lançados sobre o corpo durante um ritual.

Em nota, a PCMG afirmou que “reitera seu compromisso com a lisura, a transparência e a responsabilização de seus integrantes”, garantindo a continuidade das apurações dentro do devido processo legal. O órgão informou que mais detalhes só serão divulgados após o avanço da investigação.

Defesa contesta prisão

A defesa de Henrique e Flávia declarou que ainda não teve acesso integral aos autos que fundamentaram a prisão e classificou a decisão judicial como “ilegal”. Segundo o advogado, a prisão preventiva se baseia em descumprimentos de medidas cautelares que, segundo ele, não teriam sido formalmente comunicadas à assistente.

Além disso, o defensor afirma que as acusações teriam partido de “fonte suspeita”, alegando que os denunciantes estão sendo investigados por advocacia administrativa em procedimento interno no Ministério Público de Minas Gerais.
Investigação segue em sigilo

Os autos correm sob sigilo, e a Polícia Civil não divulgou quantas vítimas foram identificadas nem detalhes sobre os itens apreendidos.