Família de vítima do falso major relata “mentira sistemática” e prejuízo de mais de R$ 50 mil

O advogado Marcelo Colen, que representa a família enganada pelo falso major do Exército, André Lefon Ribeiro de Souza Martins, preso nessa quarta-feira (19) no bairro Nova Suíça, na Região Oeste de Belo Horizonte, afirmou que o caso revela uma “mentira sistemática” praticada ao longo de quase um ano.

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O suspeito foi detido após uma denúncia anônima informar que ele estaria ameaçando a companheira com uma arma dentro do prédio onde mora. A Polícia Militar constatou que o revólver era falso, mas encontrou fardas oficiais e outros itens usados para sustentar o falso posto de major do Exército.

Farsa estruturada

De acordo com o Boletim de Ocorrência, André usou farda militar no próprio casamento, apresentou uma certidão falsa de união, fabricou documentos e causou um prejuízo superior a R$ 50 mil à família da companheira. Ele dizia ter sido aprovado para trabalhar na Interpol e solicitava dinheiro para supostos cursos obrigatórios.

Segundo o advogado, o caso se enquadra no chamado estelionato afetivo, quando o criminoso se aproveita da relação emocional para obter vantagem financeira.

“São várias condutas criminosas e uma família inteira enganada ao longo de quase um ano, com dano psicológico e sofrimento mental deliberado por meio de manipulação. Além disso, houve prejuízo financeiro significativo. Para uma família de classe média, arcar com algo assim é lamentável”, destacou Colen.

Ele defende que o caso seja tratado com “a seriedade que exige”, devido à quantidade de crimes e ao impacto emocional causado nas vítimas.

Reincidência e outros crimes

O advogado alerta que o golpe pode não ser um caso isolado. André já havia sido preso em Varginha, no Sul de Minas, em 2022, por se passar por médico durante dois meses.

Além do estelionato, o suspeito também deve responder por falsificação e uso de documentos públicos,
uso indevido de uniforme e insígnias militares, usurpação de função pública, falsidade ideológicae ameaça.

André Lefon recebeu voz de prisão em flagrante e foi encaminhado para a Polícia Civil, onde os crimes continuarão sendo investigados.