O corpo do cantor e compositor Lô Borges, um dos criadores do Clube da Esquina, é velado nesta terça-feira (4) no hall de entrada do Palácio das Artes, em Belo Horizonte. A cerimônia, aberta ao público, começou às 9h e segue até as 15h. O artista mineiro faleceu na noite de domingo (2), aos 73 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos.

Desde as primeiras horas da manhã, centenas de fãs formaram fila do lado de fora do teatro para prestar a última homenagem ao músico. Coroas de flores enviadas por nomes da música brasileira, como Milton Nascimento e Djonga, foram colocadas no local.
O sepultamento de Lô Borges será realizado após o velório, em cerimônia restrita a familiares e amigos próximos.
Homenagens em Santa Tereza
Na noite dessa segunda-feira (3), o cruzamento das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, Região Leste da capital, berço do movimento Clube da Esquina, se transformou em ponto de encontro para fãs do cantor.
Dezenas de pessoas se reuniram no local para cantar sucessos de Lô Borges e deixar flores em homenagem ao artista. Fotos e mensagens foram projetadas em imóveis da região, e uma grande faixa com os dizeres “Celebramos a arte e a vida de Lô Borges” foi estendida na esquina simbólica.
O arquiteto Chico Casarões, proprietário do imóvel que marcou o nascimento do Clube da Esquina, lembrou com emoção das várias vezes em que encontrou o músico no local:
“Já estive com ele aqui em diversas oportunidades. O pessoal do bairro tem a tradição de vir para cá e fazer uma ‘jam session’ com as músicas do Clube da Esquina”, contou.
Trajetória e legado
Salomão Borges Filho, conhecido artisticamente como Lô Borges, nasceu em Belo Horizonte, em 10 de janeiro de 1952. Ao lado de Milton Nascimento e Beto Guedes, tornou-se um dos principais nomes da Música Popular Brasileira (MPB) e símbolo do movimento Clube da Esquina, uma das revoluções musicais mais marcantes do país, que uniu MPB, rock, jazz, folk e música erudita.
Em 1972, aos 20 anos, Lô coassinou com Milton o histórico álbum duplo “Clube da Esquina”, considerado um dos maiores discos da música brasileira, com canções como “O Trem Azul”, “Paisagem da Janela” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”.
No mesmo ano, lançou seu primeiro álbum solo, “Lô Borges”, conhecido popularmente como “o disco do tênis”, por causa da capa icônica. Após um período afastado da carreira artística, voltou à música em 1978, participando de “Clube da Esquina 2”, e no ano seguinte lançou “A Via Láctea”, com faixas marcantes como “Vento de Maio” e “Nau Sem Rumo”.
Ao longo da carreira, Lô Borges gravou mais de 14 discos e estabeleceu parcerias importantes com artistas como Nando Reis, Skank, Flávio Venturini, Nelson Ângelo e Toninho Horta. Entre 2019 e 2025, lançou sete álbuns colaborativos, em parceria com nomes como Zeca Baleiro, Márcio Borges, Makely Ka, Manuela Costa e Patricia Maês. Seu último trabalho, “Céu de Giz”, foi lançado em agosto de 2025, ao lado de Zeca Baleiro.
Entre seus principais reconhecimentos, está a indicação ao Grammy Latino 2023 na categoria Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa, pelo disco “Não Me Espere na Estação”, feito em parceria com o letrista César Maurício.
Atualmente, Lô Borges contava com cerca de 500 mil ouvintes mensais no Spotify, onde as músicas “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “O Trem Azul” e “Paisagem da Janela” seguem entre as mais tocadas, prova de que seu legado musical permanece vivo entre gerações.
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