O 1º Tribunal do Júri Sumariante da Comarca de Belo Horizonte ouviu, nesta terça (18) e quarta-feira (19), 12 testemunhas — oito de acusação e quatro de defesa — no processo que apura o assassinato da professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, morta em julho deste ano no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha. O réu, Matteos França, de 32 anos, é acusado de matar a própria mãe.
A defesa insistiu na oitiva de mais uma testemunha, o que levou a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza a marcar uma nova audiência para o dia 10 de dezembro, quando também ocorrerá o interrogatório presencial do réu.
Pedido de incidente de insanidade negado
No início deste mês, a magistrada já havia negado o pedido de instauração de incidente de insanidade mental solicitado pela defesa. Segundo ela, não há indícios concretos de que Matteos não tivesse compreensão do caráter ilícito de sua conduta.
A juíza destacou que não existe nos autos nenhum relatório médico, prontuário clínico ou estudo social que sugira dúvida razoável sobre a sanidade mental do acusado.
“O simples relato do acusado acerca de problemas com jogos de aposta não se mostra suficiente para presumir incapacidade mental, notadamente quando desacompanhado de documentação. A situação, por si só, não autoriza a instauração do incidente”, afirmou a magistrada.
A denúncia
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Matteos França por:
- Feminicídio, com emprego de asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima;
- Ocultação de cadáver;
- Fraude processual.
As investigações indicam que o crime foi cometido na casa em que mãe e filho viviam. Inconformado com a recusa de Soraya em pagar suas dívidas de jogo, o acusado teria estrangulado a professora aplicando um golpe de “mata-leão”.
Após o assassinato, Matteos teria ocultado o corpo da mãe em uma área erma de Vespasiano, na Região Metropolitana. O cadáver foi localizado somente em 20 de julho, dois dias após o crime.
O réu também é acusado de forjar o desaparecimento da mãe, registrando um falso boletim de ocorrência e enviando mensagens para amigas da vítima a partir do notebook dela, tentando simular que Soraya ainda estaria viva.
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